Desoneração da folha atinge mais de
11 setores nesta quarta-feira
Segmento de transporte
rodoviário e de manutenção de aeronaves e de transporte marítimo serão
beneficiados
Por Eliane
Quinalia |9h01 | 01-08-2012
SÃO PAULO -
A desoneração da folha de pagamento - que passa a valer para mais 11 setores da
economia a partir de hoje, além de ser aprofundada para outras quatro áreas
atendidas anteriormente - será ampliada em breve.
Segundo
informou o Ministério da Fazenda à Reuters, os segmentos de transporte
rodoviário de passageiros e as empresas de manutenção de aeronaves e de
transporte marítimo de carga e passageiros serão beneficiadas quando a Medida
Provisória 563 for sancionada.
Esses
setores foram incluídos pelo deputados no texto da MP 563, que integra o
programa Brasil Maior de estímulos à economia, em 16 de julho.
Segundo a
área técnica da Fazenda responsável por essas negociações, a inclusão dos novos
setores foi acertada com o governo. A previsão é que a desoneração para esses
segmentos seja efetivada assim que a aprovação da MP 563 for concluída no
Senado e a lei for sancionada. Nesse meio tempo, o governo calculará o impacto
da ampliação do benefício.
Beneficiadas
A desoneração
da folha de pagamento entra em vigor para 11 setores da economia: indústria
têxtil, de plásticos, de material elétrico, fabricantes de ônibus, de
auto-peças, naval, aérea, fabricantes de móveis, setor de bens de capital,
hotéis e fabricantes de chips.
As empresas
de couro e calçados, confecções, call center e de tecnologia da informação
foram contempladas no fim do ano passado e voltaram a ter reduções de alíquotas
que passam a valer a partir de 1º de agosto.
Alívio no
caixa
O governo
aguarda a entrada em vigor dessa medida com a expectativa de que a desoneração
seja um estímulo adicional para aquecer a economia, que mostra dificuldade de
crescimento.
"A
partir de hoje (2), as empresas pagarão menos INSS e terão uma redução de custo
com isso", avaliou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta
terça-feira.
A
desoneração foi anunciada em 3 de abril em um pacote de estímulos destinado a
reduzir os custos de produção da indústria. O setor enfrenta dificuldades de
recuperação e impede a economia brasileira de registrar maior crescimento.
Enquanto o
governo confia que a desoneração da folha provocará alívio no caixa das
empresas e ampliará a capacidade de competição dos 15 setores contemplados, no
setor privado esse otimismo é mais comedido.
O
gerente-executivo de Política Econômica da CNI (Confederação Nacional da
Indústria), Flávio Castelo Branco, avaliou a mudança tributária de forma
positiva, mas observou que os impactos não ocorrerão de imediato.
"A
medida reduz custos e aumenta a competitividade, tem impacto positivo, mas
estamos em um momento de desaceleração doméstica. Assim, os efeitos esperados
se darão no médio e longo prazo", disse. "Temos uma desaceleração na
atividade industrial há dois anos e uma crise externa que já dura cinco anos."
Compensação
do tesouro
O benefício
tributário provocará renúncia anual de 7,2 bilhões de reais. Segundo o
Ministério da Fazenda, em 2012 esse impacto será de 4,3 bilhões de reais.
No
Ministério da Previdência, a redução da receita da Contribuição Previdenciária
-usada no pagamento de pensões e aposentadorias - não é tida como problema.
"Não
perderemos receita porque o Tesouro vai nos compensar. A desoneração é uma
política tributária do governo", disse o secretário de Políticas
Previdenciárias do Ministério da Previdência, Leonardo Rolim.
Texto
retirado da Infomoney- fonte
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