Em três anos, declaração do
IR pelo cidadão pode acabar.
Este cenário
pode proporcionar um melhor controle do fisco e maior arrecadação, o que é
favorável para as contas públicas.
Fernanda
Bompan
O sócio da
Trevisan Gestão & Consultoria (TG&C), Vagner Jaime Rodrigues, prevê que
em três anos os brasileiros (registrados como pessoa física) não precisarão
mais se preocupar com a declaração do Imposto de Renda (IR) da forma como
acontece hoje, e a própria Receita Federal verificará todas as informações do
IRPF e enviará um documento para cada cidadão mostrando quanto ele deve ou tem
para receber de restituição. Este cenário pode proporcionar um melhor controle
do fisco e maior arrecadação, o que é favorável para as contas públicas.
"De
acordo com as informações prestadas de todos os cartórios dos quais foram
registrados compras de imóveis de um contribuinte, por exemplo, somadas aos
dados disponibilizados pela empresa na qual trabalha, o fisco vai poder cruzar
e calcular todas essas informações e repassar para a pessoa física quanto ela
deve ou quanto é a restituição", explica Jaime Rodrigues.
A opinião do
especialista toma como base o anúncio recente do secretário da Receita, Carlos
Alberto Barreto, de que a declaração do IRPF neste ano, cujas mudanças foram
anunciadas ontem, será a última de forma simplificada. A partir de 2014, os
envio das informações do tributo ao fisco devem ser feitas previamente.
Mudanças
Com relação
às mudanças anuais, o sócio da TG&C comenta que alterações, como com
relação ao valor mínimo de renda adquirida ao longo do ano, ainda serão reajustados,
"mas grandes mudanças não acontecerão mais". Esse foi caso das
alterações na declaração de 2013.
Segundo a
Receita, neste ano, está obrigado a declarar quem recebeu rendimentos
tributáveis acima de R$ 24.556,65 ou rendimentos isentos cuja soma seja
superior a R$ 40 mil. Também tem que declarar quem teve ganho de capital na
alienação de bens ou direitos ou que realizou operações em bolsas de valores,
de mercadorias e de futuros.
Quanto à
atividade rural, está obrigado o contribuinte que obteve receita bruta superior
a R$ 122.783,25; pretenda compensar, no ano-calendário de 2012 ou posteriores,
prejuízos de anos-calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2012;
teve, em 31 de dezembro, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive
terra nua, de valor total superior a R$ 300 mil; passou à condição de residente
no Brasil em qualquer mês e nesta condição se encontrava em 31 de dezembro; ou
optou pela isenção do Imposto sobre a Renda incidente sobre o ganho de capital
auferido na venda de imóveis residenciais, cujo produto da venda seja aplicado
na aquisição de imóveis residenciais localizados no País, em 180 dias contados
da celebração do contrato de venda.
Os valores
para dedução também foram ajustados. Para dependentes, o valor passou de R$
1.889,64 para R$ 1.974,72. Para gastos com educação, o abatimento é de R$
3.091,35. A dedução de despesas com empregada doméstica é de R$ 985,96,
informou a Receita.
Também houve
mudança em relação a doações para os Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente (nacional, distrital, estaduais e municipais). O contribuinte
poderá fazer a doação no momento da declaração. "Ele escolhe na declaração
para qual fundo quer doar e a Receita passa esse valor", explicou o
supervisor nacional do Imposto de Renda do fisco, Joaquim Adir. Quem não fez
doações durante o ano, poderá doar até 3% do imposto devido por meio da
declaração. Aqueles que já fizeram doações durante o ano não poderão exceder o
limite global de 6%. De acordo com o supervisor do fisco, o programa informará
os valores que as pessoas podem doar.
Ele informou
que o download do programa de declaração está disponível a partir do dia 25 de
fevereiro, às 8h. Os contribuintes têm de 1º de março até 30 de abril para
enviar os dados ao fisco.
A Receita
espera a entrega de 26 milhões de declarações neste ano. Em 2012, um total de
25.244.122 contribuintes enviou a declaração. "O número de declarantes
cresce porque há crescimento de empregos e de ajuste dos valores recebidos
pelas pessoas", afirmou Adir. Quem não entregar a declaração está sujeito
à multa com valor mínimo de R$ 165,74 e máximo de 20% do Imposto de Renda
devido.
Jaime
Rodrigues afirma que o número aumentou também porque como muitos dissídios
foram superiores a inflação de 2012 (fechada em 5,84%) e o reajuste do
rendimento mínimo para a obrigatoriedade da declaração ter aumentado 4,5% fez
com que mais pessoas tenham que enviar as informações do imposto.
Adir
destacou ainda, como novidade este ano, a possibilidade de o contribuinte
importar dados da declaração do ano anterior relativos a pagamentos efetuados.
Ao abrir o programa, segundo ele, o contribuinte poderá fazer essa opção, que
puxará os dados de escolas, médicos e planos de saúde, por exemplo. Será
necessário atualizar apenas o valor. "Isso ajuda porque todo ano temos os
mesmos tipos de gastos", disse.
Fonte: DCI
As matérias
aqui apresentadas são retiradas da fonte acima citada, cabendo à ela o crédito
pela mesma.
CNT-CONTADORES
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