e-Social – Trabalhador ou fiscal?
Com vigência prevista para janeiro próximo, o eSocial já é uma
realidade entre os empregadores, que correm contra o tempo para se adaptar
ao maior e mais complexo projeto do Sistema Público de Escrituração
Digital (SPED), que visa a digitalizar a declaração das
informações referentes a folha de pagamentos e contratação de serviços, entre
outras informações. É intrigante perceber que, além dos órgãos estatais
participantes do projeto e das próprias empresas, existe outro
grande envolvido – o trabalhador formal brasileiro. Embora sempre considerado pela legislação o
lado mais frágil da relação trabalhista, infelizmente os empregados não
acompanham todas as mudanças que impactarão sua vida profissional. Mas não é
desprezível o fato de uma das principais funcionalidades do projeto ser a
criação de um portal para o trabalhador para acesso aos dados declarados no
eSocial pelo empregador ou contratante de seus serviços. Para o Ministério do
Trabalho e Emprego, um dos organizadores do projeto, essas informações terão
valor jurídico, ou seja, poderão servir como prova em processo trabalhista. Também está
em andamento a implantação do processo jurídico eletrônico no ministério, o que
pode, em sinergia com o eSocial, tornar os processos trabalhistas mais céleres
e ricos em provas. O trabalhador se tornará o auditor ou fiscal
do seu próprio trabalho, com a posse de todas as provas jurídicas relativas aos
seus eventos trabalhistas. É preciso ressalvar que essa é uma realidade
projetada para quando o projeto estiver implementado. Se ela se concretizar, só
haverá uma realidade a ser encarada pelas empresas: não há como gerar com
lisura todas as informações exigidas pelas várias instâncias do governo, se os
regramentos da legislação trabalhista não estiverem internalizados nos sistemas
de gestão da empresa e sendo cumpridos pelos profissionais responsáveis pelos
inputs nos processos, que abastecerão o eSocial.
Fonte: DCI – SP -
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