eContador: a hora de fazer uma inclusão fiscal digital no Brasil
O caminho é sem volta e contadores e clientes vão
ter que aderir ao ecossistema digital imposto pelo Governo.
Ana Paula Lobo e Luiz
Queiroz
O caminho é sem volta e contadores e clientes vão ter que aderir ao
ecossistema digital imposto pelo Governo. A transmissão de informações em tempo
real exige capacitação, planejamento e a produção de dados transparentes. Essa
foi uma das constatações da mesa redonda realizada pelo portal
Convergência Digital para discutir o impacto da Tecnologia no dia a dia da
contabilidade.
Participaram da mesa-redonda os presidentes do Sindicato das Empresas de
Serviços Contábeis no Estado de São Paulo, SECON/SP, Sérgio Approbato Machado
Júnior, o presidente do SESCON/Rio de Janeiro, Lúcio Fernandes, o presidente do
SESCON/Rio Grande do Sul, Diogo Chamun, o diretor da Federação Nacional dos
Contabilistas( FENACON), Hélio Donin Junior, Fernando Oberle, da Oberle Contabilidade,
e Marco Zanini, da NFe do Brasil.
Com o cerco da Receita Federal, que impõe uma série de normativas para
coletar informações em tempo real e, em 2013, arrecadou mais de R$ 190 milhões
em multas, a TI entrou, de forma definitiva, na rotina dos contadores. Para
Lúcio Fernandes, presidente do SESCON/Rio de Janeiro, os escritórios contábeis
passaram a ter a necessidade de entender e, mais que isso, praticar os serviços
de Informática.
Fernandes entende a demanda do Fisco, mas diz que o Governo impõe regras,
sem dar orientações. "O contador tem que interpretar, entender o quê o
Fisco quer. Melhorou muito a relação, mas ainda é muito complexa. O manual do
eSocial, por exemplo, tem 800 páginas. E capacitei para ser contador. Não
entendedor de regras", sustenta.
A ausência de diálogo com o governo é destacado também pelo presidente
do SESCON/São Paulo, Sérgio Approbato Machado Júnior. Para ele, o governo faz
os seus programas e exige que o contribuinte se 'vire' para cumprir as
exigências O eSocial, mais uma vez, é um exemplo desse ruído de comunicação
entre os atores envolvidos. "
A Receita soltou um manual e exigiu regras sem discutir. A sorte é que o
Fisco convidou o Ministério da Micro e Pequena Empresa para debater o tema. E
ficou provado que o produto não estava maduro. Era ineficiente. E se chamou a
sociedade para rediscutir", pontuou.
O presidente do SESCON/Rio Grande do Sul, Diogo Chamun, chama a atenção
que, hoje, os escritórios contábeis gastam 2600 horas por ano de um funcionário
para apurar e informar os dados solicitados pelo Governo. "É tudo muito
complexo ainda". Há ainda um ponto relevante: A TI está perto dos
escritórios de maior poder econômico. A grande maioria não está capacitada para
lidar com a Tecnologia ou para ter gastos com infraestrutura."Falta
dinheiro mesmo', acrescenta.
A superação desse novo desafio da TI passa pela capacitação, observou
Fernando Oberle, da Oberle Contabilidade. Ele diz que uma enxurrada de
informações desabou sobre as cabeças dos contadores, sem qualquer orientação por
parte do Governo. "Há uma má formação de mão de obra na contabilidade, mas
a chegada da TI nos abre uma oportunidade de ouro para oferecer uma gestão
profissional, especialmente para as pequenas e médias empresas. A
responsabilidade solidária que nos assusta em tempos de informações na ponta do
dedo, mas também nos força a nos capacitar mais e mais".
O diretor da Fenacon, Hélio Donin Júnior, preconiza que planejamento tem
de ser um mantra. "E exigir isso dos clientes se faz muito necessário. Não
há mais como resolver tudo sem a participação direta dos empresários",
adverte. Ele afirma ainda que, neste momento, os contabilistas estão no meio de
uma 'sopa eletrônica' e há diferentes estágios de adoção da TI no país.
"Há lugares onde a Internet não é de alta velocidade ou ela não existe.
Como exigir a Internet então como o único meio? é preciso pensar também nisso
na hora de estrutura uma política fiscal".
Para Marco Zanini, da NFe do Brasil, os fornecedores de TI também estão
mudando sua forma de atuar com a chegada de novos atores no mercado, como é o
caso dos contabilistas. Ele lembra que nas PMEs, "o rabo tem balançado o
cachorro e não o cachorro balançando o rabo'. Tanto é assim que essas empresas
estão indo ao encontro da Tecnologia muito mais por imposição do que por
reconhecimento das suas vantagens. "Cabe a nós, fornecedores, mostrar que
é possível usar a TI de forma simples". Assistam a mesa-redonda gravada
durante o 24º EESCON, realizado no dia 18 de setembro, em Campos do Jordão, em
São Paulo.
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=37995&sid=16#.VC6RdvldVHVFonte:
Convergência DigitalAs matérias aqui
apresentadas são retiradas da fonte acima citada, cabendo à ela o crédito pela
mesma.
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