domingo, 6 de maio de 2012


DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA
Considerações ao CPC 03 e Modelo de Demonstração

ROTEIRO
1.INTRODUÇÃO
Primeiramente veio a NPC 20 de 1999 do IBRACON que instituiu a função primordial da Demonstração de Fluxo de Caixa, que era de propiciar informações relevantes sobre as movimentações de entradas e saídas de caixa de uma entidade num determinado período ou exercício (IBRACON). Posteriormente veio a Resolução do CFC (Conselho Federal de Contabilidade) N °1.125, de 15 de agosto de 2008, que aprovou a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica, NBC T 3.8 referente à Demonstração dos Fluxos de Caixa com as considerações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis dando referências as normas internacionais com base no IAS 7 do IASB. Mas estes normativos foram revogados em 21/08/2008 e substituídos pelo Pronunciamento CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa, que foi aprovado pelo CPC e pela Deliberação nª 547/08 da CVM, que tem o objetivo de proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de liquidez (CPC, 2010).
2.OBJETIVO
Sendo que o principal objetivo da Demonstração de Fluxos de Caixa é de tornar transparente a situação financeira da entidade através de informações relevantes das entradas e saídas de caixa da empresa, em um determinado período.
Ou seja, os diretores, funcionários e os donos das empresas, entre outros, precisam saber como anda o caixa para poder tomar suas decisões a curto e a longo prazo. Analisando as demonstrações em conjunto, com o intuito de avaliar a solvência e flexibilidade da empresa.
Este pronunciamento deixa bem claro que os usuários da contabilidade precisam dessas informações e a importância delas para a tomada de decisões.
Esta demonstração mostra o desempenho dos ativos líquidos da empresa e quanto ela possui de liquidez e solvência, tornando uma poderosa ferramenta de comparação com outras entidades do mesmo ramo de atividade.
Imagine uma empresa que não controla seus fluxos de caixas, ou seja, não tem controle nenhum para poder cobrir suas obrigações, certamente não possui uma real idéia de quanto sua empresa pode ser competitiva e de quanto possui de caixa para cobrir dívidas futuras.
3.OBRIGATORIEDADE
A partir de 01.01.2008 com a Lei 11.638/07, a DFC (Demonstração dos Fluxos de Caixa) passou a ser obrigatória para as Companhias Abertas; Companhias Fechadas; Sociedade de Economia Mista; Sociedade em Comandita por Ações e Sociedades de Grande Porte. Somente será dispensada da elaboração, a Companhia Fechada com Patrimônio Líquido na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) e as demais não enquadrados como grande porte.
4. MÉTODOS APLICADOS
A DFC poderá ser elaborada e apresentada por um dos dois métodos existentes, que é o Método Direto e o Método Indireto.
Método Direto: Demonstra a variação de valor que a empresa teve entre o início e o fim do período, e discrimina todas as entradas e saídas de numerários de caixa e equivalente de caixas (aplicações de liquidez imediata).
Método Indireto: Da mesma maneira do método direto, demonstra a variação de valor que a empresa teve entre o início e o fim do período, só com uma diferença, ele parte do lucro líquido do exercício, pelo regime de competência, efetuando alguns ajustes para chegar ao resultado.
As diferenças existentes entre os dois métodos são vistas somente no Fluxo de Atividade Operacional, pois a sua demonstração inicia-se com todos os recebimentos e pagamentos que passaram pelo caixa e equivalentes de caixa, e no método indireto, a demonstração inicia-se com o lucro ou prejuízo, líquido do exercício, sofrendo ajustes até chegar ao mesmo valor do método direto.
Sendo que os dois métodos deverão demonstrar o mesmo resultado e possuir três fluxos, que são: Operacional, Investimento e Financiamento.
Para o CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis,
A informação sobre fluxos de caixa proporciona aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade da entidade para gerar caixa e seus equivalentes e as necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa. O Pronunciamento Técnico CPC 03 Demonstração dos Fluxos de Caixa define os requisitos para a apresentação da demonstração dos fluxos de caixa e respectivas divulgações.
Ou seja, é importante saber se a empresa possui capacidade de fluxos de caixa futuros, para poder ter um maior controle das operações, visando à continuidade e o bom desempenho da companhia.
5. ESTRUTURA
A seguir apresenta-se a estrutura dos métodos direto da Demonstração dos Fluxos de Caixa, como segue:
Modelo de Demonstração dos Fluxos de Caixa - Método Direto
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Direto 2012
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Recebimentos de clientes
Pagamentos a fornecedores e empregados
Caixa gerado pelas operações
Juros pagos
Imposto de renda e contribuição social pagos
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Aquisição da controlada X líquido do caixa incluído na aquisição
Compra de ativo imobilizado
Recebido pela venda de equipamento
Juros recebidos
Dividendos recebidos
Caixa líquido usado nas atividades de investimento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebido pela emissão de ações
Recebido por empréstimo a logo prazo
Pagamento de passivo por arrendamento
Dividendos pagos
Caixa líquido usado nas atividades de financiamento
Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa no início do período
Caixa e equivalentes de caixa ao fim do período
                                                                                     Fonte: Adaptado CPC 03 (2010).
A seguir apresenta-se a estrutura dos métodos indireto da Demonstração dos Fluxos de Caixa, como segue:
Modelo de Demonstração dos Fluxos de Caixa - Método Indireto
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método Indireto 2012
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social
Ajustes por:
Depreciação
Perda cambial
Renda de investimentos
Despesas de juros
Aumento nas contas a receber de clientes e outros
Diminuição nos estoques
Diminuição nas contas a pagar – fornecedores
Caixa proveniente das operações
Juros pagos
Imposto de renda e contribuição social pagos
Imposto de renda na fonte sobre dividendos recebidos
Caixa líquido proveniente das atividades operacionais
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Aquisição da controlada X menos caixa líquido incluído na aquisição
Compra de ativo imobilizado
Recebimento pela venda de equipamento
Juros recebidos
Dividendos recebidos
Caixa líquido usado nas atividades de investimento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebimento pela emissão de ações
Recebimento por empréstimos a longo prazo
Pagamento de obrigação por arrendamento
Dividendos pagos*
Caixa líquido usado nas atividades de financiamento
Aumento líquido de caixa e equivalente de caixa
Caixa e equivalente de caixa no início do período
Caixa e equivalente de caixa no fim do período
                                                                                              Fonte: Adaptado CPC 03(2010).
6. INFORMAÇÕES ADICIONAIS
A entidade ainda deverá divulgar, adicionalmente, informações sobre as demonstrações dos fluxos de caixa referente à conciliação do resultado do exercício com o valor das disponibilidades líquidas geradas ou utilizadas nas atividades operacionais, no caso da empresa apresentar a DFC pelo método Direto, como se demonstra abaixo o modelo sugerido:
Modelo das informações adicionais a serem divulgadas.
Resultado do exercício/período
Y
Ajustes p/ conciliar o resultado c/ o valor das disponibilidades geradas (Aplicadas):

 
Depreciação e amortização
X
Resultado de venda de ativos permanentes
X
Equivalência patrimonial
X
Variações nos ativos e passivos

 
(Aumento) redução de contas a receber
X
(Aumento) redução de estoques
X
Aumento das despesas antecipadas
(X)
Aumento (redução) em fornecedores e contas a pagar
(X)
Aumento (redução) na provisão p/devedores duvidosos
X
Aumento (redução) na provisão para férias
X
Aumento (redução) na provisão para contingências
X
Total dos ajustes
T
Disponibilidades líquidas geradas (aplicadas) nas atividades operacionais
T
                                                                              Fonte: Adaptado, Lei 11.638/07/NPC 20 IBRACON.
7. MODELOS
A seguir apresenta-se um modelo da estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), pelo método direto e  indireto, da empresa BETA, conforme a obrigatoriedade de divulgação por determinação da Lei 11.638/07, NPC 20 do IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), a NBC T 3.8 (CFC) e CPC 03 - Demonstração dos Fluxos de Caixa, como segue:
Método Direto:
Demonstração dos Fluxos de Caixa empresa BETA





EMPRESA BETA LTDA


CNPJ.: 00.000.000/0000-01








DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DE 2011 - MÉTODO DIRETO






FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS


Receita de Vendas

-
(-) Pagamentos a Fornecedores e Empregados

-






(-) Juros Pagos

-
(-) Impostos de Renda e Contribuição Social pagos

-
(-) Imposto de Renda na Fonte sobre Dividendos recebidos

-















FLUXOS DE CAIXA LÍQUIDOS DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS

-



FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS

-
Compras de Imobilizado

-
Aquisições de Ações/Cotas

-
Investimentos de Ativos Intangível

-
Recebimento por venda de Ativos Não Circulantes

-
FLUXOS DE CAIXA LÍQUIDOS DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

-



FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS

-
Integralização de Capital

-
Pagamento de Lucros e Dividendos

-
Creditos e Precatórios a Compensar

-
Emprestimos Tomados

-
FLUXOS DE CAIXA LÍQUIDOS DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS

-



AUMENTO LÍQUIDO DE CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA

-
Caixa e Equivalentes de Caixa no Início do Período

-
Caixa e Equivalentes de Caixa no Fim do Período

-






Reconhecemos a exatidão da presente Demonstração do Fluxo de Caixa.














______________________________________

                    MARIA JOSÉ
JOÃO DA SILVA
               CPF.: 000.000.000-01
CRC/PR.: 00.000/O-1
           SÓCIA-ADMINISTRADORA
CONTADOR



Método Indireto:
Demonstração dos Fluxos de Caixa empresa BETA



EMPRESA BETA LTDA



CNPJ.: 00.000.000/0000-01







DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DE 2011 - MÉTODO INDIRETO




FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS


-
Lucro Líquido antes do Imposto de renda e Contribuição Social


-




Ajuste por:



Depreciação e Amortização


-
Resultado na Venda de Ativos Não Circulante


-
Despesas de Juros


-
(+/-) Contas a Receber


-
(+/-) Tributos a Recuperar


-
(+/-) Estoques


-
(+/-) Despesas Antecipadas


-
(+/-) Fornecedores


-
(+/-) Obrigações Tributárias


-
(+/-) Obrigações Trabalhistas


-
(+/-) Adiantamento a Clientes


-
(+/-) Outras Obrigações


-
(+/-) Redução de IR e CSLL


-
FLUXOS DE CAIXA LÍQUIDOS DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS


-
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS


-
Compras de Imobilizado


-
Investimentos de Ativos Intangível


-
Recebimento por venda de Ativos Não Circulantes


-
FLUXOS DE CAIXA LÍQUIDOS DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO


-
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS



Integralização de Capital


-
Pagamento de Lucros e Dividendos


-
Empréstimos Tomados


-
FLUXOS DE CAIXA LÍQUIDOS DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS


-
AUMENTO LÍQUIDO DE CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA


-
Caixa e Equivalentes de Caixa no Início do Período


-
Caixa e Equivalentes de Caixa no Fim do Período


-




Reconhecemos a exatidão da presente Demonstração do Fluxo de Caixa.











______________________________________

                       MARIA JOSÉ
JOÃO DA SILVA
                   CPF.: 000.000.000-01
CRC/PR.: 00.000/O-1
              SÓCIA-ADMINISTRADORA
CONTADOR





FONTE:  ECONET EDITORA

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