DEMONSTRAÇÃO DE
FLUXO DE CAIXA
Considerações ao CPC 03 e Modelo de Demonstração |
ROTEIRO
Primeiramente veio a NPC 20 de 1999 do
IBRACON que instituiu a função primordial da Demonstração de Fluxo de Caixa,
que era de propiciar informações relevantes sobre as movimentações de entradas
e saídas de caixa de uma entidade num determinado período ou exercício
(IBRACON). Posteriormente veio a Resolução do CFC (Conselho Federal de
Contabilidade) N °1.125, de 15 de agosto de 2008, que aprovou a Norma
Brasileira de Contabilidade Técnica, NBC T 3.8 referente à Demonstração dos
Fluxos de Caixa com as considerações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis
dando referências as normas internacionais com base no IAS 7 do IASB. Mas estes
normativos foram revogados em 21/08/2008 e substituídos pelo Pronunciamento CPC
03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa, que foi aprovado pelo CPC e pela
Deliberação nª 547/08 da CVM, que tem o objetivo de proporcionar aos usuários
das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade
gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como suas necessidades de liquidez
(CPC, 2010).
Sendo que o principal objetivo da
Demonstração de Fluxos de Caixa é de tornar transparente a situação financeira
da entidade através de informações relevantes das entradas e saídas de caixa da
empresa, em um determinado período.
Ou seja, os diretores, funcionários e
os donos das empresas, entre outros, precisam saber como anda o caixa para
poder tomar suas decisões a curto e a longo prazo. Analisando as demonstrações
em conjunto, com o intuito de avaliar a solvência e flexibilidade da empresa.
Este pronunciamento deixa bem claro que
os usuários da contabilidade precisam dessas informações e a importância delas
para a tomada de decisões.
Esta demonstração mostra o desempenho
dos ativos líquidos da empresa e quanto ela possui de liquidez e solvência,
tornando uma poderosa ferramenta de comparação com outras entidades do mesmo
ramo de atividade.
Imagine uma empresa que não controla
seus fluxos de caixas, ou seja, não tem controle nenhum para poder cobrir suas
obrigações, certamente não possui uma real idéia de quanto sua empresa pode ser
competitiva e de quanto possui de caixa para cobrir dívidas futuras.
A partir de 01.01.2008 com a Lei
11.638/07, a DFC (Demonstração dos Fluxos de Caixa) passou a ser obrigatória
para as Companhias Abertas; Companhias Fechadas; Sociedade de Economia Mista;
Sociedade em Comandita por Ações e Sociedades de Grande Porte. Somente será
dispensada da elaboração, a Companhia Fechada com Patrimônio Líquido na data do
balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) e as demais não
enquadrados como grande porte.
A DFC poderá ser elaborada e
apresentada por um dos dois métodos existentes, que é o Método Direto e o
Método Indireto.
Método Direto: Demonstra a variação de
valor que a empresa teve entre o início e o fim do período, e discrimina todas
as entradas e saídas de numerários de caixa e equivalente de caixas (aplicações
de liquidez imediata).
Método Indireto: Da mesma maneira do
método direto, demonstra a variação de valor que a empresa teve entre o início
e o fim do período, só com uma diferença, ele parte do lucro líquido do
exercício, pelo regime de competência, efetuando alguns ajustes para chegar ao
resultado.
As diferenças existentes entre os dois
métodos são vistas somente no Fluxo de Atividade Operacional, pois a sua
demonstração inicia-se com todos os recebimentos e pagamentos que passaram pelo
caixa e equivalentes de caixa, e no método indireto, a demonstração inicia-se
com o lucro ou prejuízo, líquido do exercício, sofrendo ajustes até chegar ao
mesmo valor do método direto.
Sendo que os dois métodos deverão
demonstrar o mesmo resultado e possuir três fluxos, que são: Operacional,
Investimento e Financiamento.
Para o CPC 26 - Apresentação das
Demonstrações Contábeis,
A informação sobre fluxos de caixa
proporciona aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a
capacidade da entidade para gerar caixa e seus equivalentes e as necessidades
da entidade para utilizar esses fluxos de caixa. O Pronunciamento Técnico CPC
03 Demonstração dos Fluxos de Caixa define os requisitos para a apresentação da
demonstração dos fluxos de caixa e respectivas divulgações.
Ou seja, é importante saber se a
empresa possui capacidade de fluxos de caixa futuros, para poder ter um maior
controle das operações, visando à continuidade e o bom desempenho da companhia.
A seguir apresenta-se a estrutura dos
métodos direto da Demonstração dos Fluxos de Caixa, como segue:
Modelo de Demonstração dos Fluxos de
Caixa - Método Direto
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método
Direto 2012
|
Fluxos
de caixa das atividades operacionais
|
Recebimentos
de clientes
|
Pagamentos
a fornecedores e empregados
|
Caixa
gerado pelas operações
|
Juros
pagos
|
Imposto
de renda e contribuição social pagos
|
Imposto
de renda na fonte sobre dividendos recebidos
|
Caixa
líquido proveniente das atividades operacionais
|
Fluxos
de caixa das atividades de investimento
|
Aquisição
da controlada X líquido do caixa incluído na aquisição
|
Compra
de ativo imobilizado
|
Recebido
pela venda de equipamento
|
Juros
recebidos
|
Dividendos
recebidos
|
Caixa
líquido usado nas atividades de investimento
|
Fluxos
de caixa das atividades de financiamento
|
Recebido
pela emissão de ações
|
Recebido
por empréstimo a logo prazo
|
Pagamento
de passivo por arrendamento
|
Dividendos
pagos
|
Caixa líquido
usado nas atividades de financiamento
|
Aumento
líquido de caixa e equivalentes de caixa
|
Caixa e
equivalentes de caixa no início do período
|
Caixa e
equivalentes de caixa ao fim do período
|
Fonte: Adaptado CPC 03 (2010).
A seguir apresenta-se
a estrutura dos métodos indireto da Demonstração dos Fluxos de Caixa, como
segue:
Modelo de Demonstração dos Fluxos de
Caixa - Método Indireto
Demonstração dos Fluxos de
Caixa pelo Método Indireto 2012
|
Fluxos de caixa das atividades operacionais
|
Lucro líquido antes do imposto de renda e
contribuição social
|
Ajustes por:
|
Depreciação
|
Perda cambial
|
Renda de investimentos
|
Despesas de juros
|
Aumento nas contas a receber de clientes e outros
|
Diminuição nos estoques
|
Diminuição nas contas a pagar – fornecedores
|
Caixa proveniente das operações
|
Juros pagos
|
Imposto de renda e contribuição social pagos
|
Imposto de renda na fonte sobre dividendos
recebidos
|
Caixa líquido proveniente das atividades
operacionais
|
Fluxos de caixa das atividades de investimento
|
Aquisição da controlada X menos caixa líquido
incluído na aquisição
|
Compra de ativo imobilizado
|
Recebimento pela venda de equipamento
|
Juros recebidos
|
Dividendos recebidos
|
Caixa líquido usado nas atividades de
investimento
|
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
|
Recebimento pela emissão de ações
|
Recebimento por empréstimos a longo prazo
|
Pagamento de obrigação por arrendamento
|
Dividendos pagos*
|
Caixa líquido usado nas atividades de
financiamento
|
Aumento líquido de caixa e equivalente de caixa
|
Caixa e equivalente de caixa no início do período
|
Caixa e equivalente de caixa no fim do período
|
Fonte: Adaptado CPC 03(2010).
A entidade ainda deverá divulgar,
adicionalmente, informações sobre as demonstrações dos fluxos de caixa
referente à conciliação do resultado do exercício com o valor das
disponibilidades líquidas geradas ou utilizadas nas atividades operacionais, no
caso da empresa apresentar a DFC pelo método Direto, como se demonstra abaixo o
modelo sugerido:
Modelo das informações adicionais a
serem divulgadas.
Resultado
do exercício/período
|
Y
|
Ajustes
p/ conciliar o resultado c/ o valor das disponibilidades geradas (Aplicadas):
|
|
Depreciação
e amortização
|
X
|
Resultado
de venda de ativos permanentes
|
X
|
Equivalência
patrimonial
|
X
|
Variações
nos ativos e passivos
|
|
(Aumento)
redução de contas a receber
|
X
|
(Aumento)
redução de estoques
|
X
|
Aumento
das despesas antecipadas
|
(X)
|
Aumento
(redução) em fornecedores e contas a pagar
|
(X)
|
Aumento
(redução) na provisão p/devedores duvidosos
|
X
|
Aumento
(redução) na provisão para férias
|
X
|
Aumento
(redução) na provisão para contingências
|
X
|
Total
dos ajustes
|
T
|
Disponibilidades
líquidas geradas (aplicadas) nas atividades operacionais
|
T
|
Fonte: Adaptado, Lei 11.638/07/NPC 20 IBRACON.
A seguir apresenta-se um modelo da
estrutura da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), pelo método direto e
indireto, da empresa BETA, conforme a obrigatoriedade de divulgação por
determinação da Lei 11.638/07, NPC 20 do IBRACON (Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil), a NBC T 3.8 (CFC) e CPC 03 - Demonstração dos Fluxos
de Caixa, como segue:
Método Direto:
Demonstração
dos Fluxos de Caixa empresa BETA
|
|
|
|
|
|
EMPRESA
BETA LTDA
|
|
|
CNPJ.:
00.000.000/0000-01
|
|
|
|
|
|
|
|
|
DEMONSTRAÇÃO
DO FLUXO DE CAIXA DE 2011 - MÉTODO DIRETO
|
||
|
|
|
|
|
|
FLUXO
DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
|
|
|
Receita
de Vendas
|
|
-
|
(-)
Pagamentos a Fornecedores e Empregados
|
|
-
|
|
|
|
|
|
|
(-)
Juros Pagos
|
|
-
|
(-)
Impostos de Renda e Contribuição Social pagos
|
|
-
|
(-)
Imposto de Renda na Fonte sobre Dividendos recebidos
|
|
-
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
FLUXOS
DE CAIXA LÍQUIDOS DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
|
|
-
|
|
|
|
FLUXO
DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
|
|
-
|
Compras
de Imobilizado
|
|
-
|
Aquisições
de Ações/Cotas
|
|
-
|
Investimentos
de Ativos Intangível
|
|
-
|
Recebimento
por venda de Ativos Não Circulantes
|
|
-
|
FLUXOS
DE CAIXA LÍQUIDOS DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
|
|
-
|
|
|
|
FLUXO
DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
|
|
-
|
Integralização
de Capital
|
|
-
|
Pagamento
de Lucros e Dividendos
|
|
-
|
Creditos
e Precatórios a Compensar
|
|
-
|
Emprestimos
Tomados
|
|
-
|
FLUXOS
DE CAIXA LÍQUIDOS DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
|
|
-
|
|
|
|
AUMENTO
LÍQUIDO DE CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA
|
|
-
|
Caixa e
Equivalentes de Caixa no Início do Período
|
|
-
|
Caixa e
Equivalentes de Caixa no Fim do Período
|
|
-
|
|
|
|
|
|
|
Reconhecemos
a exatidão da presente Demonstração do Fluxo de Caixa.
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
______________________________________
|
|
|
MARIA JOSÉ
|
JOÃO DA
SILVA
|
|
CPF.: 000.000.000-01
|
CRC/PR.:
00.000/O-1
|
|
SÓCIA-ADMINISTRADORA
|
CONTADOR
|
|
|
|
|
Método Indireto:
Demonstração
dos Fluxos de Caixa empresa BETA
|
|
|
|
EMPRESA
BETA LTDA
|
|
|
|
CNPJ.:
00.000.000/0000-01
|
|
|
|
|
|
|
|
DEMONSTRAÇÃO
DO FLUXO DE CAIXA DE 2011 - MÉTODO INDIRETO
|
|||
|
|
|
|
FLUXO
DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
|
|
|
-
|
Lucro
Líquido antes do Imposto de renda e Contribuição Social
|
|
|
-
|
|
|
|
|
Ajuste
por:
|
|
|
|
Depreciação
e Amortização
|
|
|
-
|
Resultado
na Venda de Ativos Não Circulante
|
|
|
-
|
Despesas
de Juros
|
|
|
-
|
(+/-) Contas
a Receber
|
|
|
-
|
(+/-)
Tributos a Recuperar
|
|
|
-
|
(+/-)
Estoques
|
|
|
-
|
(+/-)
Despesas Antecipadas
|
|
|
-
|
(+/-)
Fornecedores
|
|
|
-
|
(+/-)
Obrigações Tributárias
|
|
|
-
|
(+/-)
Obrigações Trabalhistas
|
|
|
-
|
(+/-)
Adiantamento a Clientes
|
|
|
-
|
(+/-) Outras
Obrigações
|
|
|
-
|
(+/-)
Redução de IR e CSLL
|
|
|
-
|
FLUXOS
DE CAIXA LÍQUIDOS DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
|
|
|
-
|
FLUXO
DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
|
|
|
-
|
Compras
de Imobilizado
|
|
|
-
|
Investimentos
de Ativos Intangível
|
|
|
-
|
Recebimento
por venda de Ativos Não Circulantes
|
|
|
-
|
FLUXOS
DE CAIXA LÍQUIDOS DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
|
|
|
-
|
FLUXO
DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
|
|
|
|
Integralização
de Capital
|
|
|
-
|
Pagamento
de Lucros e Dividendos
|
|
|
-
|
Empréstimos
Tomados
|
|
|
-
|
FLUXOS
DE CAIXA LÍQUIDOS DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
|
|
|
-
|
AUMENTO
LÍQUIDO DE CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA
|
|
|
-
|
Caixa e
Equivalentes de Caixa no Início do Período
|
|
|
-
|
Caixa e
Equivalentes de Caixa no Fim do Período
|
|
|
-
|
|
|
|
|
Reconhecemos
a exatidão da presente Demonstração do Fluxo de Caixa.
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
______________________________________
|
|
||
MARIA JOSÉ
|
JOÃO DA
SILVA
|
||
CPF.: 000.000.000-01
|
CRC/PR.:
00.000/O-1
|
||
SÓCIA-ADMINISTRADORA
|
CONTADOR
|
||
|
|
|
|
FONTE: ECONET EDITORA
Nenhum comentário:
Postar um comentário