Governo prepara incentivo para
autopeças
13/07/2012
Entre os benefícios em estudo
estão corte no imposto de importação de máquinas e redução de custos de
alfândega
Segmento de partes automotivas teve queda de 12% no
faturamento real nos
primeiros quatro meses deste ano
O governo
estuda a concessão de benefícios tributários, como cortes no imposto de
importação de máquinas e redução de custos de alfândega, para estimular os
investimentos da indústria de partes e peças de automóveis.
A
avaliação é que não adianta cobrar que as montadoras passem a priorizar peças
nacionais em suas linhas de produção, em troca de corte no IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados), se não houver fornecedores de autopeças locais com
produtos baratos e de qualidade.
Segundo a
Folha apurou, os estímulos podem ser anunciados na semana que vem, com o
detalhamento do novo regime automotivo.
O setor
de autopeças foi um dos mais afetados pelo agravamento da crise internacional.
Nos primeiros quatro meses de 2012, o faturamento real (descontada a inflação)
teve queda de 12% em relação ao mesmo período de 2011.
No mesmo
período, o deficit na balança comercial do setor foi de US$ 1,85 bilhão, alta
de 23% na comparação com os primeiros quatro meses do ano passado, segundo
dados do Sindipeças (Sindicato Nacional das Indústrias de Componentes para
Veículos Automotores).
Ao cortar
o imposto de importação de máquinas e equipamentos usados pela indústria para
produzir peças, o governo quer incentivar o setor a investir, elevando sua
competitividade em relação a fornecedores internacionais.
O governo
federal também estuda como pode reduzir custos e a burocracia dos procedimentos
alfandegários para importação de insumos.
REGIME
AUTOMOTIVO
Uma
indústria de autopeças mais forte é importante para viabilizar o novo regime
automotivo, que será implementado entre 2013 e 2017.
A partir
do ano que vem, as montadoras com produção no Brasil precisarão usar uma
quantidade maior de peças regionais (fabricadas no Brasil, no Mercosul ou no
México) para manter os 30 pontos de desconto no IPI a que têm direito até o
final deste ano.
As linhas
gerais do novo regime foram divulgadas em abril, mas falta definir, por
exemplo, que tipo de autopeça permitirá maior ou menor abatimento no imposto.
As peças
consideradas estratégicas em termos de agregação de valor, como motores, terão
peso maior. O decreto definirá ainda as cotas de importação para montadoras que
não têm produção no Brasil, mas que pretendem investir futuramente no país.
Para se
habilitar ao benefício, as montadoras terão que cumprir três de quatro
requisitos: aumento de conteúdo regional, estímulo a pesquisa, aumento dos
gastos com engenharia e tecnologia industrial e elevação da eficiência
energética do veículo.
Fonte:
Folha de S.Paulo
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