quinta-feira, 2 de agosto de 2012


11 empresários e contadores são presos por fraude; advogados estão foragidos.

Dos onze presos, sete são de Marília; outras três pessoas estão foragidas. Bando atuava em território nacional e inseria dados falsos no sistema da Receita Federal para realizar os golpes

Onze pessoas foram presas ontem de manhã (25) na “Operação Klon”, deflagrada pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), com apoio das Polícias Federal e Militar. A ação visava desarticular uma quadrilha sediada em Marília e que atuava em território nacional especializada na inserção de dados falsos no sistema da Receita Federal, receptação de espelhos de documentos públicos, falsificação, fraudes bancárias e contra o comércio, receptação de veículo e lavagem de dinheiro.

Somente na cidade, foram presos o contador Adelino Brandt Filho e seus supostos comparsas Carlos Martinelli, Marcos da Silva, Dorival Carvalho Ramos, Eliel Valentin de Souza, Marisa de Lima Furlaneto Cardoso e Guilherme Furlaneto Cardoso. Já o advogado Carlos Alberto Gonçalves, além de João Bosco Dias da Silva e Esther Rodrigues Diego não foram encontrados e são considerados foragidos.

ENTENDA

As investigações descobriram que parte do grupo centralizava, em São Paulo, a recepção de encomendas de diversas partes do Brasil para que fossem inseridos dados falsos no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) da Receita Federal, o que era feito por outros integrantes da quadrilha na capital e também em Minas Gerais.

Segundo foi apurado, mais de 300 CPFs falsos foram inseridos no sistema da Receita Federal no período de quatro meses. De acordo com a nota divulgada pelo GAECO, há ainda claras indicações de que esse número seja ainda maior.

Além disso, o bando supostamente receptava espelhos de RG’s e outros documentos subtraídos de órgãos públicos de São Paulo, Alagoas e outros estados e neles inseriam dados falsos, para depois distribuí-los pelo país, cobrando por isso.

Na ação deflagrada ontem, o GAECO acredita ter feito “uma das maiores apreensões de documentos públicos de origem ilícita”, segundo a própria nota. Isto porque foram encontrados com os investigados cerca de 30 mil “espelhos” em branco de cédulas de identidade de diversos estados, centenas de selos desviados de cartórios e que seriam usados para autenticação, documentos de transferência de veículos em branco, RGs e CPFs falsificados, carteiras de trabalho e espelhos de CNHs, além de pilhas de documentos públicos e mais de R$ 32 mil em dinheiro e cheques.

Ainda de acordo com o GAECO, outra parte da quadrilha era responsável pelo encontro de “laranjas” para participação no esquema de fraudes bancárias. Eles recebiam documentos falsos e os utilizavam para abrir empresas de fachada. Usavam os dados para abrir contas em bancos e financeiras e conseguiam empréstimos em diversas instituições, que chegavam a casa de R$ 200 mil cada. Após a retirada do dinheiro e divisão de lucros, os falsários repetiam o esquema, utilizando novos documentos e novas falsificações.

As investigações descobriram centenas de crimes de estelionatos praticados pelo país. O valor do prejuízo, no entanto, ainda não foi calculado. Também foi revelado que o bando falsificava talões de cheques verdadeiros e também agia clandestinamente no ramo automotivo, praticando o golpe conhecido como “NP”, ou “ninguém paga”.

Todos responderão por formação de quadrilha, falsificação de documentos públicos, falsificação de documentos particulares, falsidade ideológica, estelionatos, receptação e lavagem de dinheiro. Os bens de todos eles foram bloqueados pela Justiça.

Fonte: AESC/JAÚ Informativo

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