11 empresários e contadores
são presos por fraude; advogados estão foragidos.
Dos onze
presos, sete são de Marília; outras três pessoas estão foragidas. Bando atuava
em território nacional e inseria dados falsos no sistema da Receita Federal
para realizar os golpes
Onze pessoas
foram presas ontem de manhã (25) na “Operação Klon”, deflagrada pelo GAECO
(Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), com apoio das
Polícias Federal e Militar. A ação visava desarticular uma quadrilha sediada em
Marília e que atuava em território nacional especializada na inserção de dados
falsos no sistema da Receita Federal, receptação de espelhos de documentos
públicos, falsificação, fraudes bancárias e contra o comércio, receptação de
veículo e lavagem de dinheiro.
Somente na
cidade, foram presos o contador Adelino Brandt Filho e seus supostos comparsas
Carlos Martinelli, Marcos da Silva, Dorival Carvalho Ramos, Eliel Valentin de
Souza, Marisa de Lima Furlaneto Cardoso e Guilherme Furlaneto Cardoso. Já o
advogado Carlos Alberto Gonçalves, além de João Bosco Dias da Silva e Esther
Rodrigues Diego não foram encontrados e são considerados foragidos.
ENTENDA
As
investigações descobriram que parte do grupo centralizava, em São Paulo, a
recepção de encomendas de diversas partes do Brasil para que fossem inseridos
dados falsos no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) da Receita Federal, o que era
feito por outros integrantes da quadrilha na capital e também em Minas Gerais.
Segundo foi
apurado, mais de 300 CPFs falsos foram inseridos no sistema da Receita Federal
no período de quatro meses. De acordo com a nota divulgada pelo GAECO, há ainda
claras indicações de que esse número seja ainda maior.
Além disso,
o bando supostamente receptava espelhos de RG’s e outros documentos subtraídos
de órgãos públicos de São Paulo, Alagoas e outros estados e neles inseriam
dados falsos, para depois distribuí-los pelo país, cobrando por isso.
Na ação
deflagrada ontem, o GAECO acredita ter feito “uma das maiores apreensões de
documentos públicos de origem ilícita”, segundo a própria nota. Isto porque
foram encontrados com os investigados cerca de 30 mil “espelhos” em branco de
cédulas de identidade de diversos estados, centenas de selos desviados de
cartórios e que seriam usados para autenticação, documentos de transferência de
veículos em branco, RGs e CPFs falsificados, carteiras de trabalho e espelhos
de CNHs, além de pilhas de documentos públicos e mais de R$ 32 mil em dinheiro
e cheques.
Ainda de
acordo com o GAECO, outra parte da quadrilha era responsável pelo encontro de
“laranjas” para participação no esquema de fraudes bancárias. Eles recebiam
documentos falsos e os utilizavam para abrir empresas de fachada. Usavam os
dados para abrir contas em bancos e financeiras e conseguiam empréstimos em
diversas instituições, que chegavam a casa de R$ 200 mil cada. Após a retirada
do dinheiro e divisão de lucros, os falsários repetiam o esquema, utilizando
novos documentos e novas falsificações.
As
investigações descobriram centenas de crimes de estelionatos praticados pelo
país. O valor do prejuízo, no entanto, ainda não foi calculado. Também foi
revelado que o bando falsificava talões de cheques verdadeiros e também agia
clandestinamente no ramo automotivo, praticando o golpe conhecido como “NP”, ou
“ninguém paga”.
Todos
responderão por formação de quadrilha, falsificação de documentos públicos,
falsificação de documentos particulares, falsidade ideológica, estelionatos,
receptação e lavagem de dinheiro. Os bens de todos eles foram bloqueados pela
Justiça.
Fonte: AESC/JAÚ Informativo
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