Fazenda amplia setores com
custo menor na folha
Mantega deve
anunciar esta semana a lista dos novos segmentos beneficiados, além dos 15 que já
foram contemplados.
Simone
Cavalcanti, de Brasília
scavalcanti@brasileconomico.com.br
O ministro
da Fazenda, Guido Mantega, deve anunciar esta semana a ampliação do número de
produtos e segmentos que poderão contar com a redução dos encargos patronais
sobre a folha de pagamentos a partir de 2013. Aguarda apenas a sanção
presidencial à lei que concede benefícios fiscais no âmbito do Plano Brasil
Maior da qual essas desonerações fazem parte.
A presidente
Dilma Rousseff deu sinal verde para que as inclusões feitas durante o trâmite
da Medida Provisória nº 563, do Plano Brasil Maior, sejam aceitas. No início de
agosto, o BRASIL ECONÔMICO publicou que a presidente desejava ver esse programa
ampliado com mais rapidez. Muito embora o governo anuncie como setores, a
desoneração é feita por produtos fabricados em segmentos dessas áreas, e isso
leva muito mais tempo para abranger toda a cadeia produtiva.
Nesse
sentido, agora, alguns segmentos do setor de brinquedos devem
ser beneficiados, além do da agroindústria, como avicultura e suinocultura. Em pedras ornamentais,
mármores e granitos passarão a contar com a mudança. Além disso,
está o setor de
transporte, nos segmentos rodoviário, aéreo e marítimo seja de carga ou passageiros.
Com exceção dos transportes, cuja alíquota a ser cobrada sobre o faturamento
deve ser de 2%, os outros segmentos pagarão 1% da sua receita em vez de
recolher ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) 20% dos salários pagos a
seus empregados. Diante da reserva no Orçamento para o ano que vem de R$ 15
bilhões, Mantega e sua equipe estudam estender ainda mais essa benesse: serão
mais 15 novos setores ou tipos de produtos, além do que foi incluído pelo
Congresso Nacional. No entanto, até o fechamento desta edição, o ministro ainda
iria se reunir com os técnicos de sua equipe que cuidam do tema para avaliar se
incluiria essa expansão no seu anúncio ou deixaria para divulgar mais à frente,
uma vez que esse benefício fiscal também passará a valer só ano que vem. Uma
nova inclusão agora requereria uma Medida Provisória e incluiria o risco de
vê-la aumentada em seus impactos fiscais durante o trâmite tanto na Câmara
quanto no Senado, como ocorreu com a MP 563. Sem essas novas expansões, o
governo calcula abrir mão de uma receita direta para a Previdência de R$ 7,2
bilhões por ano. No entanto, espera que parte disso seja compensada com o aumento da
tributação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre os produtos
importados dessas áreas e, com o faturamento das empresas crescendo, elevam-se
outros tributos e o próprio recolhimento da nova alíquota que está sendo
aplicada. De todo modo, assim como ocorre em outros ramos de atividade que têm
recebido redução nas alíquotas dos tributos, a manutenção dos empregos será
exigida como contrapartida.
A
desoneração da folha de pagamentos teve início no ano passado com apenas quatro
setores e hoje já vale para 15. Embora com prazo para acabar em 2014, está
sendo tratada pelo governo como uma mudança estrutural, ou seja, sem volta. O
objetivo é reduzir o custo Brasil e, consequentemente, aumentar a
competitividade. O governo avalia que esse é momento para ter ações nessa
direção visando preparar o setor industrial brasileiro para competir melhor
internamente, enquanto a situação mundial é instável, quanto externamente
quando os ventos favoráveis soprarem. ¦
Agência
Estado
Fonte:
Fenacon
Nenhum comentário:
Postar um comentário