IFRS integra área contábil ao negócio
O IFRS faz com que as diversas áreas da empresa pensem de forma mais
integrada.
Natalia Viri
A integração entre as áreas de finanças e as divisões operacionais das
empresas foi uma das principais vantagens da adoção do padrão internacional de
contabilidade (IFRS, na sigla em inglês), avalia o diretor de controle
financeiro do Itaú Unibanco e professor da Universidade de São Paulo (USP),
Alexsandro Broedel.
"O IFRS faz com que as diversas áreas da empresa pensem de forma
mais integrada. O objetivo do padrão obviamente não é esse, mas é um benefício
muito grande para a própria empresa e para o investidor", ressaltou ele,
durante sua fala na Conferência IFRS, realizada ontem em São Paulo.
De acordo com o executivo, que deixou a diretoria da Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) no fim de 2011, o conceito de avaliação dos ativos e
operações pelo seu valor justo e não pelo custo histórico trazido pelo novo
padrão faz com que a área de contabilidade tenha que se aproximar muito mais
das divisões operacionais da companhia. "Não tem como o contador avaliar a
valor justo um instrumento financeiro ou um ativo biológico sem entender do
negócio", afirmou ele.
Em uma mesa redonda coordenada por Amaro Gomes, único brasileiro com
assento no órgão máximo do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade
(Iasb, na sigla em inglês), Broedel disse que é inegável o avanço de qualidade
das demonstrações financeiras após a adoção do IFRS. "Ao se comparar um
balanço de 2007, último ano do modelo antigo completo, com as demonstrações
financeiras referente a 2012, é impossível dizer que não houve uma melhora
radical."
Para Thomas de Mello e Souza, sócio da gestora Gávea Investimentos, o
maior benefício com o novo padrão se deve à possibilidade de comparação das
empresas brasileiras com as de outros países. "Do ponto de vista da
avaliação do valor de mercado da empresa, poder comparar é muito
importante", disse ele.
Como desafio ainda presente da implementação do novo padrão, Broedel
alerta sobre a escassez de profissionais no mercado preparados para o maior
nível de especialização e multidisciplinaridade que passaram a ser requeridos.
"O IFRS exige todo um arcabouço institucional. É onde o abismo entre a
norma e o profissional que as universidades brasileiras vêm formando se mostra
mais gritante", afirmou. Segundo ele, a solução encontrada pelas empresas
é promover treinamentos permanentes. (Colaborou Fernando Torres)
Fonte: Valor Econômico
As matérias aqui apresentadas são retiradas da
fonte acima citada, cabendo à ela o crédito pela mesma.
Cnt-Contadores
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