Unificação do PIS/Cofins eleva carga
tributos paga pelo setor de serviços
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O cálculo foi feito pelo IBPT
(Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) e pela Fenacon (federação
nacional do setor contábil).
A ideia do governo é unificar a
Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e o PIS
(Programa de Integração Social).
Existem hoje duas formas de pagar
PIS e Cofins. Uma é pelo regime não cumulativo, em que tributos já pagos
pelos fornecedores viram créditos tributários que podem ser abatidos do valor
devido.
O outro é o cumulativo. Nesse caso,
não há a utilização de créditos tributários -os tributos "se
acumulam". A vantagem do regime cumulativo é ter alíquotas mais baixas
-3,7%, ante 9,3%.
O projeto do governo incluiria
acabar com o regime cumulativo. Todos pagariam a alíquota de 9,3%, mas
poderiam abater seus créditos.
O problema é que o setor de
serviços tem poucos créditos tributários. É fácil entender: quanto mais
insumos uma empresa compra, mais créditos tributários ela terá.
Mas empresas de serviços gastam
pouco com insumos. Se na indústria eles representam 42,3% das despesas, no
setor de serviços esse valor é de 12,5% -a maior parte do dinheiro vai em mão
de obra. Não à toa, a grande maioria das empresas do setor opta pelo regime
cumulativo.
A mudança representaria um aumento
na arrecadação de R$ 35 bilhões ao ano para o governo federal.
Como o setor de serviços tem mais
facilidade para repassar preços ao consumidor do que a indústria -esta tem a
concorrência de importados-, haveria aumento na inflação. O estudo aponta um
impacto de 0,6 ponto percentual sobre o IPCA.
POLÍTICA TRIBUTÁRIA
As mudanças tributárias propostas
pelo governo têm transformado entidades tradicionalmente entusiastas de
reformas fiscais em defensoras do status quo.
Isso porque há a percepção de que
alegadas desonerações e simplificações acabam tendo como objetivo, na verdade,
aumentar a arrecadação.
Um caso recente foi a desoneração
da folha de pagamento. A crítica dos empresários é que eles não puderam
escolher entre aderir ou não. Apesar da anunciada vontade de desonerar do
governo, diz Valdir Pietrobon, presidente da Fenacon, "a sede de
arrecadação é incrível, eles não sossegam".
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Fonte: Folha de S. Paulo
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