Escritório de Contabilidade ou Empresas de Serviços Contábeis, Há
Diferença?
No cenário atual os escritórios de contabilidade
terão muitas dificuldades para atuar no modelo de negócios que praticam no
momento, com o advento do SPED e IFRS, faz-se necessário repensar o modelo
atual, esse artigo tem não a pretensão de esgotar o assunto ou ser unanimidade
mas apenas um alerta..
Professor Ismael
Em minhas andanças pelo país, ministrando cursos e palestras, nas áreas
do SPED e IFRS e observando o comportamento do nosso mercado de trabalho, a
contabilidade, nos deparamos com uma situação muito preocupante em relação a um
futuro próximo.
Recentemente, participando de um curso confidenciou-me uma pessoa sobre
o que ouvira numa reunião de contadores e a colocação foi a seguinte: como
posso ausentar-me três ou quatro dias do escritório para ir a um congresso de
contabilidade? Quem fará o serviço, a rotina diária do escritório? Quem
atenderá os clientes que ligarem?
Oras, colocações como essas nos levam a reflexões sobre o tema proposto
acima: somos um escritório de contabilidade ou somos uma empresa de serviços
contábeis?
Parece haver uma substancial diferença entre essas duas figuras: quando
ministro os cursos e palestras percebe-se nitidamente que os escritórios de
contabilidade estão centralizados apenas em uma pessoa, ou seja, a figura do seu
proprietário, o contador titular, ainda no modelo antigo de "GUARDA
LIVROS".
Sem ele nada funciona, ele é o cérebro do escritório, tudo gira em torno
dele, então o escritório é praticamente uma pessoa física responsável por todo
o processo de prestação de serviços contábeis.
Já a Empresa de Serviços Contábeis tem outra configuração, ela tem uma
atuação diferenciada, compartilhada, departamentalizada, profissionalizada,
onde os setores são responsáveis pela execução, informação, gerenciamento,
transmissão das informações e dados, com uma outra configuração e atuação. É um
tipo de empreendimento que atua como uma empresa qualquer, de comércio e
prestação de serviços, ela não depende única e exclusivamente do seu titular,
ele apenas atua como "CEO", comandando as ações macros e atendendo
onde um outro subordinado não satisfaz a necessidade ou o desejo do cliente ou
até mesmo da própria organização.
No cenário atual da contabilidade brasileira precisamos acordar para
essa nova realidade, observo que os escritórios contábeis têm mais resistência
em quebrar seus paradigmas para incorporar esse novo cenário trazido pelo SPED
e o IFRS, no entanto, aqueles escritórios que já atuam no modelo de Empresa de
Serviços Contábeis a resistência é menor.
Esse novo quadro que aparece na nossa trajetória tem os seus maiores
impactos na gestão do negócio, na gestão empresarial, atingindo o escritório de
contabilidade amplamente, porque, não trabalhando na atual ótica de gestão,
limita-se a atuar em cima das informações e documentos que lhe chegam enviadas
pelos seus clientes, e quase sempre são informações inconsistentes, falhas, e
faltando dados importante, focando apenas o FISCAL E TRIBUÁRIO, não
preocupando-se em assistir a empresa cliente nas necessidade de mudar e se
adequar ao novo momento e as exigências atuais, onde o profissional de
contabilidade ou a empresa de serviços contábeis necessitam interferir no seu
cliente para adequá-lo para a geração correta das informações tributárias,
também assessorá-lo na implantação e parametrização de novas tecnologias
necessárias para adequar processos internos e atender as exigências da
contabilidade atual.
Já a empresa de serviços contábeis tem uma resistência em menor escala
porque já atua num modelo empresarial, com regras de gestão mais atuante na
vida do seu cliente, mais afinada com processos internos e com maior força para
trabalhar seu cliente nas mudanças exigidas.
A grande maioria da contabilidade brasileira é representada por
escritórios de contabilidade e não por Empresas de Serviços Contábeis. Esse
paradigma precisa ser quebrado e vencido imediatamente, pois, conheço vários
colegas que estão fechando seus escritórios e partindo para outras atividades
profissionais justamente em um momento de ouro e de grandes oportunidades da
contabilidade brasileira.
Em contrapartida com os escritórios mais antigos e resistentes,
observamos o que chamamos de geração "Y", que chega para ocupar esse
espaço onde a tecnologia está a frente dos negócios sendo responsável pelo
gerenciamento das organizações, bem como o da gestão tributária do governo.
Diante desse quadro fica a seguinte indagação: como você está atuando?
COMO UM ESCRITÓRIO CONTÁBIL OU COMO UMA EMPRESA DE SERVIÇOS CONTÁBEIS?
Fonte: Administradores
As matérias aqui apresentadas são
retiradas da fonte acima citada, cabendo à ela o crédito pela mesma.
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