Dilma Rousseff autoriza projeto de
aumento do teto do Supersimples
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O ministro da Micro e Pequena Empresa,
Afif Domingos, estima que a matéria deve ser aprovada somente no ano que vem
e passará a ter efeito para os empresários a partir de 2016
Abnor Gondim
im Levy (esq)
encaminhou a proposta à Receita Federal
Foto: Agência Brasil
Brasília - A presidente Dilma Rousseff decidiu ampliar o teto de
receita anual do Supersimples e corrigir as distorções das alíquotas,
especialmente para o setor de serviços, que estreia integralmente nesse
regime tributário em 2015.
A decisão foi comunicada ontem ao ministro da Micro e Pequena
Empresas, Guilherme Afif Domingos, ao participar de reunião com três dos
quatro ministros da equipe de transição do segundo mandato da presidente,
inclusive o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
"Já há decisão da presidente Dilma, mas falta saber se teremos
janela legislativa para aprovar a matéria ainda este ano", afirmou o
ministro ao DCI. "O mais provável é a
matéria fique para o primeiro semestre de 2015, para começar a valer em
2016", completou. Na reunião, eles avaliaram propostas de
melhorias do Supersimples apresentadas em estudos da Fundação Getúlio Vargas
(FGV).
Entre as novidades, estão o aumento
do teto do Supersimples dos atuais R$ 3,6 milhões, para R$ 7,2 milhões no
setor de comércio e para R$R 14,4 milhões para indústria. No caso da
indústria, o aumento é de 400%.
É proposta ainda redução do número de alíquotas do Supersimples, que
cairá das atuais 20 para 5, com benefícios principalmente para aas 450 mil
empresas que poderão entrar em 2015, conforme a recente revisão da Lei Geral
das Micro e Pequenas Empresas aprovada em agosto passado.
Estiveram presentes, além do futuro ministro da Fazenda, os ministros
da área política - da Casa Civil, Aloisio Mercadante; e de Relações Institucionais,
Ricardo Berzoini.
Afif relatou que o futuro ministro do Planejamento, Nelson Barbosa,
não participou da reunião por haver coordenado como consultor os estudos da
FGV encomendados pela Secretaria da Micro e Pequena Empresa e pelo Sebrae
(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
"Ele [Nelson Barbosa] preferiu deixar os demais ministros à
vontade para analisar o material", comentou Afif.
O ministro comentou que pesou a favor das propostas o fato de que os
benefícios geradas pelos incentivos fiscais concedidos pelas médias e grandes
empresas, especialmente em termos de geração de empregos.
"Ao mesmo tempo, nos últimos cinco anos, as micro e pequenas
empresas tiveram um crescimento chinês, de 7% ao ano", apontou, com base
nos estudos realizados.
Sob análise da Receita
Afif disse que o futuro ministro da Fazenda tomou a iniciativa para
encaminhar à Receita Federal os estudos da Fundação Getúlio Vargas com as
propostas. "É preciso que a Receita identifique de onde viram os
recursos para cobrir a renúncia fiscal decorrente das medidas, como prevê a
Lei de Responsabilidade Fiscal", explicou o ministro. E já apontou uma
fonte de recursos para cobrir a renúncia fiscal. "Se houver aumento de
4% no faturamento das empresas beneficiadas, a renúncia fiscal será
compensada", afirmou o ministro.
Afif comentou acreditar que a Receita se manifeste em poucos dias.
Depois disso, será avaliada a melhor oportunidade para o envio da matéria ao
Congresso
Na próxima semana, Afif debate o tema em reunião com a Frente
Parlamentar da Micro e Pequena Empresa. Anteontem, ele se encontrou com o
presidente do grupo, deputado Guilherme Campos (PSD-SP).
Janela parlamentar
Em relação à aprovação da matéria este ano, Afif se referiu ao fato de
não haver tempo para encaminhar e aprovar a proposta ainda neste ano em razão
do curto espaço de tempo até a conclusão do ano legislativo no Congresso
Nacional.
"Ainda teremos a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
e do Orçamento de 2015, sem espaços para acordos", comentou. Ele fez
alusão ao clima tenso no Congresso por causa da votação ontem de madrugada,
após 18 horas de sessão, do projeto que muda, na LDO de 2014, o superávit
primário (economia para pagar os juros da dívida).
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Fonte: DCI - SP
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