Quase
50% das médias empresas brasileiras investem "nada" ou "quase
nada" em inovação
Empresas têm seu potencial inovador
afetado por desconhecerem incentivos fiscais e realizarem poucas parcerias com
universidades e institutos de pesquisas.
Um
recente estudo da Fundação Dom Cabral (FDC) revela que 46% das empresas
brasileiras de médio porte investem ‘nada’ ou ‘muito pouco’ em inovação. A
maior dificuldade dos empresários para desenvolver práticas inovadoras é
justificada pela falta de informações sobre o tema. De acordo com a pesquisa,
conduzida pelo Núcleo Bradesco de Inovação da FDC com 150 empresas
com faturamento entre R$ 16 milhões a R$ 90 milhões, 48,9% das organizações de
médio porte desconhecem programas de incentivo nesta área e, em conseqüência
disso,cerca de 79,8% das empresas não usam incentivos fiscais para inovar.
O
fraco desempenho das empresas brasileiras também é justificado pela falta de
parcerias com universidades e institutos - uma prática mais disseminada em
países da Europa e nos Estados Unidos. Segundo a pesquisa, 69,4% dos
consultados não uniu esforços com quem estuda a fundo o assunto.
A
falta de aptidão das empresas nacionais de médio porte para lidar com o desafio
é legitimada por outro dado da pesquisa: 29% delas afirmam que a inovação não
está nem na ideologia da empresa.
De
acordo com a FDC, a pesquisa aponta ainda que o potencial inovador das
médias empresas brasileiras é afetado por barreiras como cultura conservadora,
em que não há espaço para inovar; aversão da empresa ao risco; falta de
incentivo para ideias inovadoras; e cultura rígida, hierarquizada e
burocratizada.
“Muitas
empresas de médio porte não possuem uma direção clara da inovação em sua
estratégia empresarial, sendo que a ausência do conhecimento do papel da
inovação pode ser apontada como o principal motivo para esse baixo
envolvimento. A criação de uma cultura para inovação, portanto, é essencial
para que o empresariado enxergue valor na inovação, como forma de trazer ganhos
competitivos para a empresa”, diz Fabian Salum, professor do Núcleo
Bradesco de Inovação e coordenador do estudo.
A
pesquisa mostra que somente 2,01% do faturamento anual das empresas consultadas
são investidos em atividades de inovação.
Fonte: Estadão PME – 25/05/2012
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