Novo pacote inclui até juros negativos
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Governo anuncia medidas para
estimular investimento e consumo; renúncia fiscal será de R$ 5,5 bilhões,
sendo R$ 1,6 bilhão em 2012
Taxa do BNDES para financiar
caminhões caiu para 2,5% ao ano, abaixo da inflação projetada, de 5,6%
MARIANA SCHREIBER
MAELI PRADO DE BRASÍLIA Diante dos sinais ainda tímidos de recuperação da economia, o governo lançou um novo pacote de incentivos, que inclui juros negativos para a compra de caminhões e a possibilidade de abater em 12 meses a depreciação de máquinas e equipamentos.
Foram estendidos cortes de impostos
sobre automóveis, eletrodomésticos de linha branca, móveis e material de
construção.
Linhas de crédito mais baratas do
BNDES para investimentos, que acabariam amanhã, foram prorrogadas até
dezembro de 2013.
No caso do financiamento de
caminhões, houve redução da taxa de juros de 5,5% ao ano para 2,5% ao ano.
Como a inflação projetada para os próximos
12 meses é de 5,6%, significa que a taxa de juros ficou negativa, ou seja, o
banco na prática tem prejuízo com a concessão do empréstimo.
"A economia já está numa gradual
recuperação, porém ainda é preciso continuar dando estímulos ao
investimento", afirmou Mantega.
O ministro anunciou também a criação
de duas novas linhas de crédito do BNDES que vão durar até setembro de 2013.
Uma, de R$ 1 bilhão, será destinada a
financiar a compra de bens de capital usados, como máquinas, ferramentas,
tratores, carretas, aeronaves, caminhões e cavalos mecânicos.
A outra é para que devedores com
dificuldades em pagar suas dívidas possam renegociar as condições de
pagamento.
Além disso, as empresas agora poderão
lançar em seus balanços os custos de depreciação de máquinas e equipamentos
em até 12 meses, em vez de 48 meses. A depreciação não é um gasto efetivo,
mas um dado contábil que indica a perda de valor de um bem ao longo dos anos.
Esse valor contábil é subtraído do
lucro líquido das companhias, diminuindo assim o valor do imposto a pagar
sobre o lucro. Por exemplo, se uma máquina custa R$ 100 mil, antes a empresa
só poderia abater R$ 25 por ano do lucro sobre o qual é calculado o imposto.
Agora, poderá abater os R$ 100 mil.
A mudança vale só para itens
adquiridos em 2012.
NOVOS PRAZOS
A redução do IPI sobre automóveis,
que acabaria amanhã, vai até 31 de outubro.
Já os descontos para móveis, fogões,
geladeiras e máquinas de lavar agora valem até o final de 2012.
"Estamos dando esse estímulo
porque essa é a época em que as empresas decidem aumentar os estoques visando
o Natal", disse Mantega.
A desoneração para material de
construção e bens de capital é mais longa: vai até dezembro de 2013.
Quatro novos produtos de construção
foram incluídos na lista de desoneração (piso laminado, piso de madeira
sólida, piso vinílico e drywall) e tiveram o IPI reduzido de 5% para zero.
A prorrogação das medidas de
estímulo, segundo a Fazenda, vai representar uma renúncia fiscal de R$ 5,5
bilhões -R$ 1,6 bilhão em 2012 e R$ 3,9 bilhões em 2013.
Nesta semana, os setores beneficiados
pelo IPI menor fizeram romaria ao Ministério da Fazenda pedindo prorrogação
das isenções. A Anfavea levou dados apontando que o imposto menor teria
permitido às montadoras aumentar as contratações e também os impostos
recolhidos.
Mantega disse ontem que a prorrogação
para todos os setores foi condicionada à manutenção do emprego.
"Elas têm mostrado que tem
havido aumento das contratações, e tem havido aumento das vendas e repasse de
redução de preços."
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Fonte: Folha de S.Paulo
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Fonte:
Fenacon
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