quarta-feira, 18 de setembro de 2013

De guarda-livros a gestor estratégico

Entre as profissões mais antigas do mundo talvez nenhuma tenha se transformado tanto e em um espaço tão curto de tempo como a do contador. Surgida da necessidade simples de contar e registrar valores, desde as primeiras transações comerciais da história da humanidade, a figura do contador esteve, por muitos séculos, vinculada a essas duas atividades, elementares, mas restritivas.

Se em séculos as mudanças ocorreram de forma lenta e pontual, bastaram poucas décadas para reconfigurar o papel do contador, elevando os profissionais e a Ciência Contábil a um patamar de indispensável necessidade para gerir mudanças tributárias e comerciais em um mundo pautado pela globalização e pelo avanço tecnológico. As possibilidades de uso dos conhecimentos contábeis foram expandidas, e os novos meios de comunicação e armazenamento de dados favoreceram o controle e a gestão de um ativo cujo valor é imensurável: a informação.

Hoje, a contabilidade figura entre as profissões mais requisitadas no mundo. No ranking The top Jobs for 2013 da Forbes, que elenca as profissões mais promissoras, baseado nos índices de aumento de vagas registrados desde 2010 nos Estados Unidos, as áreas de contabilidade e auditoria aparecem na segunda colocação, somando 37,123 novas vagas (crescimento de 3%) e perdendo apenas para desenvolvimento de softwares, que, durante o período, teve 70.872 novos empregos gerados (um crescimento de 7%).

A perspectiva positiva também é sentida no Brasil, com o aumento da procura por profissionais da área e consequente interesse dos estudantes universitários. “Percebemos isso no próprio crescimento do número de alunos que procuram o curso de Ciências Contábeis, que está entre os 10 mais demandados no País”, destaca o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS), Zulmir Breda. Atualmente, são  400 mil estudantes, revela Breda, lembrando que “no passado não havia uma procura muito grande”. “Isso só está acontecendo porque esses jovens percebem o crescimento da profissão, que ganha cada vez mais espaço na sociedade”, acrescenta.

Com oportunidades promissoras, os estudantes são requisitados desde a universidade. “A grande maioria dos alunos que está na faculdade já trabalha, isso é muito interessante e muito bom. A contabilidade não é mais a profissão do futuro, é do presente”, comemora o presidente da Fenacon, Valdir Pietrobon.

Mesmo com o número crescente de profissionais em formação, o contador é muito disputado no mercado de trabalho, primeiro pela demanda natural que acompanha o aumento de empresas e desenvolvimento econômico do País, mas, sobretudo, pela busca criteriosa por profissionais capacitados. “No Rio Grande do Sul, verificamos que há dificuldades em encontrar profissionais, claro que parte desse entrave está em encontrar candidatos com aptidões específicas”, analisa Breda.

“Na área de auditoria, as empresas buscam quem apresenta domínio das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS). Isso é um diferencial. No caso das empresas de serviços contábeis, também há uma escassez de profissionais, e as empresas têm dificuldade em conseguir pessoas que tenham experiência no domínio das novas tecnologias”, sintetiza o presidente do CRCRS. As possibilidades para os formados são inúmeras, em especial para cargos de controle, gestão e consultoria tributária. O gerente de controladoria também é bastante demandado no mundo corporativo.

“Fica bem claro que o profissional da contabilidade é um dos mais procurados do Brasil”, resume Pietrobon, destacando as qualidades que garantem maior visibilidade no mercado de trabalho: “o bom profissional, o cara que tem vontade e conhecimento, ele é muito valorizado, porque as empresas até que enfim estão começando a ver o contador com outros olhos. Hoje ele é o grande gestor, assessor da empresa”

Fonte: Jornal do Comércio – RS
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