Ponto eletrônico para
micro e pequenas empresas entra em vigor
Começa a
vigorar a partir de hoje a portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
que obriga as micro e pequenas empresas (MPEs) a instituir o ponto eletrônico
em suas unidades. Segundo estimativa do Sebrae/Dieese, existem atualmente cerca
de 6 milhões de micro e pequenas ativas no Brasil.
Empresas com
até dez empregados estão isentas de implementar o sistema. As com mais de dez
empregados poderão escolher entre o ponto manual e o mecânico. Nos primeiros 90
dias após o início da obrigatoriedade, a fiscalização será orientativa, com o
objetivo de indicar lacunas e falhas no sistema implementado. De acordo com o
Ministério do Trabalho, o preço médio do aparelho é de R$ 2.850,00 e existem atualmente 66 modelos registrados.
Essa é a
terceira e última etapa de implantação do novo ponto, que começou em 2 de abril
deste ano. Desde essa data, a medida passou a vigorar para empresas do varejo,
da indústria e do setor de serviços. Em 1 de junho, foi a vez das empresas dos
setores agrícola e agropecuário.
De acordo
com a norma, o trabalhador deve receber um comprovante após a marcação, mas
ficará a seu critério guardá-lo ou não. O ministério diz que o objetivo do
comprovante impresso é “dar segurança a trabalhadores e empregadores ao
implementar meios mais eficazes e confiáveis de controle da jornada” e “inibir
a prática de excesso de jornada”, pois “os horários das marcações ficarão
registrados no sistema sem que possam ser excluídos”.
No ano
passado, 3.045 fiscais aplicaram 17.657 autos de infração em relação ao tema
jornada de trabalho - nenhum lavrado por causa de fraudes em relógios de ponto,
segundo o Ministério do Trabalho.
Foram cinco
adiamentos até que a medida passasse finalmente a valer neste ano. A Portaria
1.510, que instaurou a obrigatoriedade do ponto eletrônico, foi editada em
agosto de 2009. Empresários, advogados e representantes do governo travaram
disputa jurídica pela implementação do novo registro por quase três anos.
A
justificativa do governo federal para a adoção do novo sistema foi a de evitar
fraudes na marcação da jornada. As empresas reclamavam que haveria mais
burocracia, mais custos e mais transtornos nas relações trabalhistas.
Na
sexta-feira passada, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) divulgou uma nota se posicionando contra a
obrigatoriedade da medida. “O empregador terá que investir - sem qualquer
retorno - cerca de R$ 3 mil somente com o equipamento, sem contar o elevado
custo de reposição de papel para impressão dos comprovantes e os gastos com
manutenção do sistema”, informou.
Para a
Fecomércio-SP, os registros de entrada e saída dos funcionários nas empresas
poderiam continuar a ser feitos manualmente. Segundo a entidade, a impressão
“resultaria em um grande desperdício de papel, o que acarreta agressão ao meio
ambiente”.
Fonte:
Jornal do Comércio
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