Mais empresas poderão aderir ao Simples Nacional
Esse projeto modifica a legislação do Simples
Nacional e elimina as barreiras de acesso ao regime simplificado de tributação
Será votado no próximo dia 29 de abril o projeto de lei 221/2012, que
terá grande impacto nas micro e pequenas empresas brasileiras. Esse projeto
modifica a legislação do Simples Nacional e elimina as barreiras de acesso ao
regime simplificado de tributação, o que vai significar grande redução nos
impostos a serem pagos por milhares de empresas.
Segundo estudo feito pelo Instituo Brasileiro de Planejamento Tributário
(IBPT), 7,9 milhões de empresas, das 16 milhões existentes no Brasil, já estão
no Simples Nacional. Entretanto, o regime criado para beneficiar micros e
pequenas não cumpre a disposição constitucional do tratamento de isonomia e
impede que 447 mil empresas com faturamento inferior a R$ 3,6 milhões tenham os
benefícios das vantagens tributárias, como a unificação de tributos, redução da
carga tributária (em especial a redução de 20% sobre a folha de pagamento),
menos obrigações acessórias, linhas de crédito exclusivas, preferência em
licitações e menos burocracia na hora de abrir e fechar uma empresa.
Segundo o contabilista Jaime Junior Cardozo, presidente do Sindicato das
Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços
Contábeis de Londrina (Sescap-Ldr), a aprovação do projeto 221/2012 pode ser um
grande passo no fortalecimento das micro e pequenas empresas brasileiras, que
até então ainda não tinham possibilidade de ingressar no Simples Nacional.
"Com a aprovação do projeto, várias atividades poderão optar pelo regime
tributário unificado", explica Cardozo. Segundo ele, entre as atividades
beneficiadas é possível citar os representantes comerciais, consultores
empresariais, financeiros, auditores, empresas de advocacia, corretores de
imóveis, corretores de seguros, entre outros.
Por isso, o ingresso de atividades que antes eram vedadas ao Simples
Nacional trará muitos benefícios ao País, principalmente na geração de
empregos. Um dos responsáveis pelo estudo do IBPT, o contabilista Othon de
Andrade Filho, diretor do Sescap-Ldr, cita o setor da contabilidade, que a
partir de 2008 foi autorizado a ingressar no Simples. "O número de
empregos gerados saltou de 148 mil em 2009 para 240 mil em 2012, um crescimento
de 61,89%, implicando em maior recolhimento de INSS. Assim deve ocorrer com
outros prestadores de serviço, o que irá melhorar a situação da Previdência
Social", argumenta.
O estudo do IBPT mostra que não haverá perda significativa para o
governo federal, já que a arrecadação do Simples Nacional representa apenas
3,64% de toda a arrecadação tributária, e sua criação, em 2007, não implicou em
redução de recolhimento. "Ao contrário, a arrecadação cresceu ano a ano,
saltando de R$ 602 bilhões em 2007 para R$ 1,1 trilhão em 2013, a valores
correntes", explica Othon Andrade Filho, que também é diretor de
Inteligência do IBPT. Ele realizou o estudo em conjunto com Cosmo Rogério de
Oliveira, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL). "A perda
de arrecadação do PIS e da Cofins foi compensada pelo crescimento da
arrecadação no Simples", explica Othon.
Um dos entraves à universalização do Simples Nacional é justamente a
possibilidade de diminuição na arrecadação de impostos. Segundo o Sescap-Ldr,
pressões da Receita Federal (RF) podem colocar em risco a aprovação do projeto
de lei 221/2012. O presidente da entidade, Jaime Junior Cardozo, diz que a RF
tem se manifestado contra esse benefício ao empresário, com o argumento de que
haverá perda de arrecadação.
Por isso, o Sescap-Ldr vem se mobilizando. No último dia 9 de abril, a
entidade marcou presença em Brasília e agora convoca outras entidades para
participarem no dia 29, "para pressionar os deputados a aprovar a lei que
tem o apoio já declarado da presidente Dilma Rousseff".
Fonte: Folha Web/Sescap-Ldr
As matérias aqui apresentadas são
retiradas da fonte acima citada, cabendo à ela o crédito pela mesma.
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