Alerta da Receita notifica
mais de 27 mil empresas
As
empresas cadastradas no regime tributário do Simples Nacional que apresentaram
divergências nas declarações de vendas com cartão de crédito e débito e vendas
em comparação com as declarações de Imposto de renda no ano de 2010,
receberam uma notificação através do Alerta Nacional e têm até o dia 30
dezembro deste ano para regularizarem sua situação. Mais de 27 mil empresas
receberam a notificação em todo o País – entre elas, 120 empresas de Londrina
que teriam omitido, conforme a Receita Federal, R$ 27,06 milhões em vendas.
Segundo
o Secretário Executivo do Comitê Gestor do Simples Nacional, Silas Santiago,
não há como as empresas que fazem parte do Alerta escaparem da notificação, uma
vez que ela é realizada através do Programa Gerador de Documento Arrecadação do
Simples – Declaratório (PGDAS-D) . "Essa comunicação é muito fácil e
rápida porque está disponível no próprio aplicativo de cálculo PGDAS-D, que a
empresa precisa acessar para gerar sua guia de pagamento. Empresas, contadores
ou escritórios de contabilidade, quando abrem o aplicativo, a primeira coisa
que aparece é o comunicado da diferença do sistema Alerta", informa.
Santiago
explica que essa é apenas a primeira fase desse programa, no qual a Receita
Federal cruzou apenas dados do ano de 2010, mas a partir do ano que vem, quando
serão lançados os sistemas Alerta dos anos 2011 e 2012, a intenção é fazer
outros cruzamentos. "A gente frisa que é importante para a empresa que
além de corrigir a diferença de 2010, que seja espontânea na sua
autorregularização e que já se antecipe e corrija os próximos anos porque são
os próximos da lista. É possível para a empresa se regularizar e pedir a
inclusão desses débitos no parcelamento do Simples Nacional através do próprio
portal da Receita", explica.
O
presidente do Sindicato das Empresas de Contabilidade de Londrina Sescap,
Marcelo Esquiante, orienta que agora é o melhor momento para fazer a
regularização dessa situação. "Por enquanto as empresas terão que arcar
com o pagamento do imposto excedente, mais 20% de multa sobre o saldo devido,
além de juros de acordo com a taxa Selic. Quem não regularizar suas pendências
poderá ser autuado, o que já gera uma multa de 75% e que, no decorrer do processo,
pode chegar a 225%", explica.
Além
das taxas, Santiago explica que as empresas que não atenderem aos comunicados e
não se regularizarem entrarão na pauta de fiscalização da Receita Federal, da
Receita Estadual ou do próprio município. "A fiscalização pode não ser
necessariamente feita pela Receita Federal, como a fiscalização do Simples é
compartilhada os três órgãos podem atuar ao mesmo tempo de acordo com a
capacidade operacional de cada um. A partir da não regularização, quando for
feito o levantamento final, as empresas vão ter problemas com certidões
negativas de débitos e isso pode prejudicar os andamentos dos negócios".
Como o Simples Nacional permite uma integração entre os diversos órgãos é
possível que estados e municípios também possam realizar esta conferência.
"O Alerta vai poder ser utilizado também pelos estados e municípios pelo
sistema de malha fiscal, comparando as informações daquilo que a empresa
declarou mês a mês com cartão de crédito e cartão de débito e com as vendas da
empresa para os governos federal, estaduais e municipais. O cruzamento de
informações também será feito comparando as notas fiscais eletrônicas, tanto da
NF-e que a empresa emitiu quanto as das empresas que venderam para ela para
analisar o faturamento", reforça.
Fonte:
Folha de Londrina
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