Notícia: Escolha de regime tributário
certo emagrece pagamento de impostos
O presidente do Sescon-SP (sindicato que reúne as
empresas de serviços contábeis do Estado), Sérgio Approbato Machado Júnior,
esclarece que a opção por cada regime tributário ocorre no mês de janeiro.
Hoje
09:40
Os três regimes tributários do Brasil, de lucro real, lucro presumido e o Simples, têm um tipo de
ganho para cada espécie de empresa. Por isso, a escolha nem sempre é fácil.
Márcio Iavelberg, sócio da consultoria Blue Numbers, destaca que até o Simples,
que unifica e facilita o pagamento de impostos, pode não ser o modelo ideal
para as pequenas e médias empresas.
Isso ocorre em negócios com margem de lucro muito
reduzida ou em busca de créditos tributários. "Não deixe o contador
empurrar o Simples sem antes analisar outras opções. Para ele fica mesmo mais
rápido, mas nem sempre é a melhor opção", diz o especialista. Também há o
caso quase oposto, pequenas companhias que não desejam sair do Simples pelos
benefícios reais que têm.
Quando estouram o limite de faturamento anual, hoje
em R$ 3,6 milhões, criam subterfúgios ilegais -como abrir outras empresas para
diluir o faturamento entre elas, mas fazer com que elas troquem mercadorias e
mão de obra, sem fazer os registros. "Se o Fisco descobre, autua na hora.
Vale muito mais a pena se organizar e ir para outro regime tributário",
diz Iavelberg.
O presidente do Sescon-SP (sindicato que reúne as
empresas de serviços contábeis do Estado), Sérgio Approbato Machado Júnior,
esclarece que a opção por cada regime tributário ocorre no mês de janeiro. Na
virada de cada ano, deve ser feita uma rotina de estudos. "Empresas novas
devem fazer análises econômicas de tendências do seu mercado, dos gastos em
geral e das leis. As já estabelecidas devem incluir também um estudo de como
foi seu último ano fiscal", recomenda Júnior.
SEPARAÇÃO
A empresa de TI IPconnection é uma pequena empresa
que faz isso todos os anos e encontrou uma solução mais vantajosa. Seu diretor
financeiro Renato Otto, 46, conta usar o regime de lucro real, mas criou uma outra empresa, com CNPJ, funcionários e função diferentes e
separados, a IPservice, que está no Simples.
A empresa original, que trabalha com venda de
hardware e licenças de software, tem taxas de retorno reduzidas, por isso a
opção pelo regime de lucro real -no qual os impostos são cobrados
apenas sobre o lucro realmente apurado. Já a IPservice presta serviços de
instalação e configuração e tem 33 funcionários.
"O Simples costuma ser melhor para companhias
de serviços, principalmente quando têm muitos funcionários", afirma. Há
menos encargos trabalhistas nesse regime. Uma falha comum relacionada à
ineficiente gestão tributária é a inadimplência no pagamento de tributos.
"Verificamos que em 60% dos casos o
empreendedor tem inadimplência no pagamento de tributos porque simplesmente não
sabe as datas de pagamentos. É uma dor de cabeça fácil de ser evitada, é só
buscar essa informação", destaca Júlio César Durante, consultor do
Sebrae-SP.
Reinaldo Chaves
Fonte: Folha de S. Paulo
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