Fazenda desonera folha da construção
civil
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Por Edna Simão, Thiago Resende e
Bruno Peres | De Brasília
O governo decidiu incluir a
construção civil na lista de setores beneficiados pela desoneração da folha
de pagamento, benefício que permitirá a diminuição do custo da mão de obra
das empresas. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega,
durante cerimônia que marcou a entrega de um milhão de moradias do programa
Minha Casa, Minha Vida, em Brasília.
Além da desoneração da folha, o
governo vai reduzir de 6% para 4% a alíquota do Regime Especial de Tributação
(RET) do segmento e criar uma linha de capital de giro, por meio da Caixa
Econômica Federal, com orçamento disponível de R$ 2 bilhões para pequenas e
médias empresas, com faturamento anual até R$ 50 milhões. "Portanto, é
uma medida para pequenas e médias empresas", ressaltou Mantega.
Segundo o ministro, com a
desoneração as empresas deixarão de pagar R$ 6,2 bilhões de contribuição
previdenciária e, em troca, pagarão R$ 3,4 bilhões sobre o faturamento,
segundo estimativas feitas para 2013. "São R$ 2,8 bilhões a menos que o
setor pagará no ano. Poderá reduzir preços dos imóveis, aumentar
produtividade e aumentar investimentos", disse Mantega. O benefício
substitui, para as construtoras e prestadoras de serviços, a contribuição de
20% por uma de 2% sobre o faturamento, recolhida ao INSS.
A desoneração da folha de
pagamentos beneficia a construção de edifícios, instalações elétricas,
hidráulicas e outras instalações em construção, obras de acabamento; e outros
serviços especializados. Ou seja, não entra a chamada construção pesada
(infraestrutura, incorporadoras). O prazo para a medida entrar em vigor é de
90 dias. "Vai baratear o custo da mão de obra sem prejudicar o
trabalhador. É um processo que estimula o emprego e a formalização",
afirmou o ministro.
Mantega anunciou ainda que a
redução de 6% para 4% da alíquota do RET da construção vai gerar economia de
R$ 400 milhões para o setor. O governo também ampliou o limite para que uma
empresa seja beneficiada pelo RET social, em que a alíquota é de apenas 1%.
Antes, apenas habitações até R$ 85 mil estavam nesta lista. Agora, o teto
subiu para R$ 100 mil.
Para Mantega, a indústria da
construção é um setor importante para a expansão do crescimento econômico,
porque, além de empregar muitos trabalhadores, ainda é responsável por grande
parcela dos investimentos no país. "A indústria da construção tem grande
importância. Gera 7,7 milhões de empregos, sem dizer que há forte
formalização do trabalho."
Segundo o ministro, a massa
salarial do setor é de R$ 31 bilhões e receita bruta de R$ 171 bilhões.
"É responsável por quase metade dos investimentos do país. Estimular a
construção é estimular o investimento. "
Mantega disse ainda que o setor da
construção vem apresentando participação cada vez maior no PIB. Em 2011 e
2012, conforme o ministro, houve desaceleração por conta dos efeitos da crise
econômica mundial.
O presidente da Câmara Brasileira
da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, elogiou as medidas
anunciadas ontem e disse que o setor deve apresentar outras sugestões ao
governo que, segundo ele, "certamente vai saber a hora de avançar ou não"
nessas ações.
"Temos outras
reivindicações", disse Simão, após a cerimônia no Palácio do Planalto,
citando entre elas o aumento para R$ 750 mil no limite por unidade das obras
que utilizam recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Na avaliação do presidente da CBIC,
a desoneração estimula contratações no setor. A linha de capital de giro, por
sua vez, ajudará pequenas e médias empresas que tinham dificuldade de operar
por falta de recursos. "Saímos de uma ampla negociação com produtos do Minha
Casa, Minha Vida - prazos, preços e viabilização de projetos - e agora
ganhamos mais um estímulo com a desoneração da folha", disse Simão.
Fonte: Aesc-Jau
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
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