Fim da guerra dos portos
trará mais burocracia
O fim da
"guerra dos portos" (incentivos tributários estaduais a importados)
vai criar mais
burocracia para a indústria doméstica a partir de 1º de janeiro.
Todas as
empresas que tiverem operações interestaduais com qualquer mercadoria que tenha
insumo importado terão que preencher mais um documento, no já volumoso
conjunto de obrigações a cumprir: a ficha de conteúdo importado (FCI).
Produtos
fabricados no exterior ou que tenham mais de 40% de componentes importados terão alíquota
única de ICMS de 4% quando "viajarem" de um Estado para outro.
Segundo a Fazenda do Estado de São Paulo, mesmo os que não alcançarem a marca de 40% deverão informar
ao fisco a fatia de importação.
A unificação
do ICMS para importados foi criada para inibir incentivos fiscais estaduais
ilegais e era um pleito da indústria para frear o avanço dos importados. O remendo,
contudo, custará à própria indústria, que cumprirá mais essa obrigação.
Reunidos
ontem na Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), cerca de 200
empresários eram um poço de dúvidas sobre as novas normas, a apenas 15 dias da
entrada em vigor da legislação.
"Essa
resolução veio para dar alívio à indústria de transformação e não para
onerá-la", afirmou Hélcio Honda, diretor jurídico da Fiesp.
O
coordenador de administração tributária da Fazenda de São Paulo, José Clóvis
Cabreira, afirmou que a origem do problema é a guerra fiscal.
A
expectativa é que a esperada unificação do ICMS em 4% para todos os produtos -e
não só para importados-, mitigue o problema. Mas, se ocorrer, isso só virá em
2021.
MARIANA
CARNEIRO
DE SÃO PAULO
Fonte: Folha
de S. Paulo
Associação
Paulista de Estudos Tributários, 13/12/2012
12:00:22
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