Como será o SPED em 2013?
Contar com prorrogações de última hora por parte da autoridade
tributária certamente não é um porto seguro a esta altura, apesar de haver um
histórico considerável do gênero no passado recente.
Mauro Negruni
Ao sabor da desoneração da folha de pagamentos; da simplificação na
esfera do PIS/COFINS e da unificação de alíquotas do ICMS, há quem anteveja
para 2013 um período mais calmo nas águas do Sistema Público de Escrituração
Digital.
Tal percepção, no entanto, menospreza o fato de várias demandas já
estarem programadas para este novo ano e outras tantas prometerem, em breve,
entrar na rota de quem interage com o ambiente do SPED nas organizações.
Contar com prorrogações de última hora por parte da autoridade tributária
certamente não é um porto seguro a esta altura, apesar de haver um histórico
considerável do gênero no passado recente.
Na dúvida, ao invés de simplesmente navegar ao léu e contar com a sorte,
o melhor mesmo é manter a esquadra em alerta, uma vez que não faltam Brasil
afora boas palestras e cursos sobre essa sistemática e suas muitas obrigações
específicas.
Iniciativas assim são plenamente justificáveis, considerando-se o que
virá pela frente neste movimentado cenário, vejamos:
- Escrituração Contábil Digital (ECD): com novas funcionalidades, tais
como a permissão para a substituição de livros e digitação de informações pelo
próprio PVA;
- EFD-Contribuições: ingresso de empresas do regime do Lucro Presumido e
empresas financeiras ou equiparadas;
- EFD-Social: implementação da primeira versão da escrituração da folha
de empregados e pagamentos de serviços;
- Nota Fiscal Eletrônica para consumo e Cupom Fiscal Eletrônico;
- EFD-Fiscal: Livro de estoques e da produção P3 (introdução em Minas
Gerais poderá gerar precedente para inclusão nacional).
Considerar insolúvel um quadro assim, a ponto de não tratá-lo com a
devida atenção e urgência, constitui grave erro de avaliação, pois é na
calmaria – mesmo a aparente numa virada de ano como esta – que se deve equipar
o navio para a próxima tempestade.
Empreender no Brasil, afinal, pressupõe estar sujeito ao regramento
fiscal estabelecido e a um mar de novidades tributárias que, a cada dia, torna
mais pesado o timão a ser manejado.
Portanto, parece claro não haver alternativa. O melhor é pôr a cabeça
para funcionar e mãos à obra, por mais que o clima recente das festas possa
induzir à idéia errônea de que o mais difícil já se passou nesse complexo e
desafiador oceano chamado SPED.
Fonte: Jornal do Comércio
Os artigos aqui apresentados representam a opinião
do autor, não cabendo ao Guia dos Contadores responsabilidade pelos mesmos
CNT- Contadores.
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