Projeto prevê desoneração optativa para todos os setores
Apresentado
à Câmara em dezembro do ano passado, texto defende que empresa possa escolher
anualmente forma de tributação
CAROLINA
MATOS
DE SÃO PAULO
Um projeto
apresentado à Câmara dos Deputados em dezembro 2012, e que deve ser discutido
neste ano, defende que empresas de todos os setores -comércio, indústria e
serviços- tenham a mesma desoneração da folha de pagamentos já concedida pelo
governo a alguns segmentos.
O texto
trata basicamente da substituição dos 20% de contribuição previdenciária que
incidem na folha por uma alíquota de 1% a 2% sobre o faturamento bruto. Mas com
um adendo: as empresas poderiam optar, a cada ano, pelo modelo mais vantajoso.
Seria
contemplado cerca de 1,5 milhão de empresas no país, segundo estimativa da
Fenacon (federação nacional dos contabilistas), que encampou o projeto de lei
(nº 4783/2012), apresentado pelo deputado federal Guilherme Campos (PSD-SP).
São todas as
companhias que não fazem parte do Simples, sistema diferenciado de tributação
para micro, pequenas e médias empresas.
"A
possibilidade de escolher anualmente a forma de tributação traz um benefício
enorme às empresas, que poderão avaliar a conjuntura econômica e seus custos
fixos para decidir o que será mais vantajoso naquele momento", diz Valdir
Pietrobon, presidente da Fenacon.
O executivo
destaca que todos os segmentos -e não somente a indústria- precisam da mudança
para ganhar competitividade, mas ressalta que especialmente o de serviços, que
representa 67% do PIB (Produto Interno Bruto) e 70% da mão de obra formal do
país, colheria frutos.
"Essas
empresas têm muitos funcionários, elevados custos fixos por essa razão, e o
faturamento pode variar muito de um ano para outro."
De acordo
com Pietrobon, empresas como auditorias e consultorias requerem funcionários
com conhecimento técnico, cuja formação leva tempo e investimento.
"Essas
companhias não vão reduzir o quadro de funcionários hoje porque estão faturando
menos, sendo que, se precisarem de novas pessoas em três meses, não vão
conseguir formar", diz.
Ainda de
acordo com Pietrobon, ao longo da tramitação do projeto, o governo deverá fazer
um cálculo para avaliar se a perda de receita com a desoneração ampliada será
muito grande.
O executivo
não soube estimar, no entanto, qual seria um percentual de perda que fosse
considerado aceitável.
"De
qualquer forma, acho que a questão social envolvida nessa mudança deveria pesar
mais do que a da arrecadação", afirma.
Fonte: Folha
de S.Paulo
Fenacon.
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