Carteira de trabalho será extinta, diz
gerente do eSocial
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Fernanda Bompan
O chamado eSocial, que deverá
digitalizar a folha de pagamentos, além de unificar as declarações
trabalhistas, aposentará a carteira de trabalho em papel, afirmou o auditor
fiscal Samuel Kruger, gerente do Projeto eSocial da Receita Federal. Ele
também comentou que esse projeto, que faz parte do Sistema Público de
Escrituração Digital (Sped), agilizará as demandas do INSS.
"A carteira de trabalho é antiquada. Para a empresa contratar 100 trabalhadores, tem que dar 100 carimbadas, isso já era. A ideia é substituir [a carteira] por um cartão eletrônico em poder do trabalhador", disse Kruger, durante evento sobre o assunto realizado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham). "O eSocial está embasado em três grandes objetivos do governo federal: garantir direitos trabalhistas e previdenciários, simplificação do cumprimento das obrigações e aprimorar a qualidade da informação da seguridade social. Sabemos [governo] que trabalhadores chegam ao balcão [do INSS] para pedir a aposentaria com muita papelada na mão. Sabemos que ele nem sempre é atendido prontamente, e que tem que provar mil coisas. Com o eSocial será possível realizar as atividades administrativas com mais eficiência", argumentou. A gerente da unidade de negócios de Tax & Accounting da Thomson Reuters no Brasil, Victoria Sanches, explica que a extinção da carteira de trabalho em papel será possível porque cada evento trabalhista - admissão, demissão, entre outros - de cada trabalhador será encaminhado imediatamente para a Receita Federal, pelo meio eletrônico. "O eSocial, para os trabalhadores, garantirá transparência dos processos. Ele poderá acompanhar, por exemplo, os depósitos no FGTS.
O gerente do projeto eSocial
comenta que, para as empresas, a principal vantagem será a diminuição da
burocracia, o que, ao mesmo tempo, beneficiará os órgãos federais envolvidos
nas relações trabalhistas. "A ideia é que o eSocial supra todas as
necessidades da Receita, dos Ministérios do Trabalho e da Previdência Social
e do INSS, sem que haja outras declarações.
O projeto será a única fonte de
informações para esses órgãos. Hoje, cada um exige uma declaração no seu
padrão, com vencimentos diferentes e havia muitas reclamações [de empresas]
sobre isso", disse Kruger.
"O eSocial marca uma nova era
das relações de trabalho. O que preocupa, contudo, é que uma grande maioria
das empresas ainda não está devidamente preparada para atender às novas
obrigações", apontou Marcos Bregantim, diretor de negócios de software
da unidade de Tax & Accounting também da Thomson.
Segundo ele, sondagem realizada em agosto pela empresa mostrou que 70%, dos 2 mil executivos que atuam no segmento fiscal e tributário, afirmaram que ainda não possuem nenhum projeto interno para atender a nova obrigação.
Até 30 de abril de
2014, as empresas do lucro real devem fazer o cadastramento no sistema. No final do primeiro semestre, será a vez dos Microempreendedores
Individuais (MEI) e do pequeno produtor rural - com módulos diferentes e mais
facilitados. E no segundo semestre, as empresas do lucro presumido e do Simples Nacional.
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Para Leandro Felizalli, diretor da Vinco Soluções Tecnológicas, a principal preocupação, atualmente, é organizar a base de dados. "A maior dificuldade será fazer o cadastro. Muitas empresas estão com os dados [dos funcionários] desatualizados. Então está sendo uma correria para resolver isso", entende o especialista. Dificuldades A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) informou ontem, por meio de comunicado, que o presidente da instituição, Antonio Oliveira Santos, encaminhou carta à presidente Dilma Rousseff demonstrando a preocupação do empresariado com a forma que está sendo conduzida a implementação do eSocial. "Discussões internas da CNC apontam várias consequências danosas, em especial para as micro e pequenas empresas do comércio, muitas das quais se encontram em localidades onde a disponibilidade da Internet é inexistente", afirmou Oliveira Santos. Na carta, ele enfatiza que, da forma que está, o eSocial implicará na reformulação de vários processos internos das empresas, como alteração do sistema de gestão e treinamento de pessoal, o que oneraria o custo operacional. Cálculo da Divisão Econômica da CNC estima que custos para o comércio podem chegar a R$ 5,15 bilhões. E segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), os custos com consultorias contábil e jurídica para atender ao eSocial podem aumentar em 10%. |
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Fonte: DCI – SP
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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
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