Novas normas contábeis dão
transparência e crédito
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FILIPE OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Desde
2008, as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS, do inglês) são o
padrão de contabilidade oficial do Brasil.
Porém,
apesar de sua obrigatoriedade e de haver uma versão resumida da IFRS para
pequenas e médias empresas, ainda são poucas as que fornecem balanços nesse
padrão.
O panorama
tende a mudar com a maior exigência do mercado e a utilização desses balanços
para fins tributários no futuro.
Quem se adapta
às novas normas pode se beneficiar com relatórios mais apurados sobre a real
situação da empresa e fornecer informações mais consistentes para
investidores e bancos.
Para
Adriano Gilioli, conselheiro do CRC-SP, a baixa adesão se deve em parte à
cultura do empresário brasileiro, que ainda tende a ver a contabilidade como
algo que é feito apenas para pagamento de impostos.
Outro
fator de desmotivação é o fato de que, para fins de tributação, a IFRS ainda
não é utilizada plenamente.
Há no
Brasil um Regime Transitório de Tributação (RTT) que diz que, para pagamento
de impostos, vale a contabilidade feita até 2007.
Porém a
lei que institui o regime perde sua validade em 2013. Isso dará novo impulso
para maior adequação das empresas, diz Gilioli.
VALORES JUSTOS
Charles
Holland, diretor-executivo da Anefac, resume as diferenças da contabilidade
antiga para a nova: "Agora é necessário pensar mais para encontrar
valores justos".
Dessa forma, o valor de um imóvel, por exemplo, dependerá de seu valor real no mercado, e não de uma taxa fixa e padronizada de depreciação.
Para o
gerente de negócios da FTI Consulting, Luis Fagundes, o novo padrão de
contabilidade traz aos balanços um nível maior de transparência.
Dessa
forma, acionistas, instituições financeiras e o próprio empresário terão
condições de tomar melhores decisões sobre a empresa, afirma Fagundes.
"O
atrativo principal é a questão do crédito. Os bancos estão preparados para
ler os balanços em IFRS."
CUSTOS
Para
Marcello Lopes, sócio da LCC Auditores e Consultores, o processo de adaptação
à IFRS depende de algumas mudanças na gestão do negócio.
Segundo
ele, para fornecer as informações exigidas, o empresário muitas vezes deve
ter controles melhores, informações mais adequadas, especialmente no que se
refere a controle de estoque, controle de entrada e saída e das informações
do departamento financeiro.
Fagundes
estima que o custo para elaborar o balanço em IFRS seja atualmente o de
realizar uma contabilidade paralela.
MAIS
CRÉDITO
Francisco
Romano, 55, era gerente-geral da Biosep, empresa do ramo de biodiesel, quando
foi orientado pelo auditor a adequar os balanços à IFRS em 2010.
Apesar de
a empresa ter capital fechado, estar de acordo com as normas foi importante
para conseguir linhas de crédito com a Petrobras e empréstimos em bancos.
"Você
passa a ver de forma global os resultados da empresa. Melhora a interpretação
dos resultados", diz.
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segunda-feira, 5 de novembro de 2012
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