Bancos poderão parcelar tributos ao renegociar dívidas de clientes
O objetivo é reduzir a inadimplência no país e estimular novas
renegociações pelos bancos -já que muitos negam os pedidos porque têm que pagar
os tributos à vista.
O governo
vai permitir que os bancos, ao renegociar dívidas com clientes, parcelem o
pagamento do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido
(CSLL) cobrados das instituições financeiras nessas operações no mesmo número
de parcelas firmadas por quem tomar o empréstimo.
O
objetivo é reduzir a inadimplência no país e estimular novas renegociações
pelos bancos -já que muitos negam os pedidos porque têm que pagar os tributos à
vista.
Outra
mudança será retirar o teto de R$ 30 mil para renegociação das dívidas entre
bancos e pessoas físicas devedoras. As mudanças foram incluídas na medida
provisória 563, que tramita no Congresso Nacional, em emenda apresentada pelo
senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da MP.
Atualmente,
as instituições financeiras têm que pagar à vista os dois impostos, enquanto os
clientes parcelam o pagamento do empréstimo. Na prática, muitos bancos negam o
pedido de renegociações para evitar o pagamento dos tributos.
"Alguns
bancos não queriam fazer a renegociação porque tinham que pagar os impostos à
vista. Para o banco, não era negócio", afirmou Jucá.
A medida
provisória permite que a instituição financeira faça o recolhimento dos
tributos ao longo do tempo, à medida em que as prestações do empréstimo são
pagas pelos clientes -sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. A legislação
prevê esse mecanismo para empréstimos até R$ 30 mil com pessoas físicas, mas o
governo determinou a retirada do teto.
Caso o
Ministério da Fazenda decida reimplantar o teto, poderá fazê-lo por meio de portaria
da própria instituição, sem a necessidade de consultar o Congresso. "A
pedido do Ministério da Fazenda, estamos tirando a trava de R$ 30 mil para que
os bancos possam retirar as dívidas de pessoas inadimplentes", afirmou o
relator.
A MP
tramita em comissão especial mista (com deputados e senadores). Jucá apresentou
nesta quarta-feira (13) seu parecer, mas um pedido de vista o senador Flexa
Ribeiro (PSDB-PA) adiou a votação para o dia 26 de junho, depois da Rio+20.
Depois de passar pela comissão, a MP precisa ser votada nos plenários da Câmara
e do Senado.
Fonte:
Folha Press
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