Desoneração da folha
não agrada a todos
Empresários acreditam que
novas medidas anunciadas pelo governo, para 25 setores, serão apenas uma
substituição da base tributária.
A ampliação
da desoneração da folha de pagamento para mais 25 setores anunciada ontem pelo
ministro da Fazenda, Guido Mantega, não agradou a todos os segmentos produtivos
e gerou bastante divergências. Alguns empresários acreditam que as novas
medidas não mudarão nada e que, na prática, será apenas uma substituição da
base tributária.
O governo
federal aposta em uma renúncia fiscal estimada em R$ 13 bilhões. Entre os
setores que fazem parte do novo pacote estão aves, suínos, pescados, fármacos e
medicamentos, pneus, papel e celulose, brinquedos, transporte aéreo, transporte
rodoviário, cerâmica, entre outros.
Na prática,
as empresas deixam de pagar 20% do INSS para recolherem de 1% a 2% sobre o
faturamento. Estas empresas se somam a 15 segmentos empresariais já
beneficiados. No caso dos novos setores incluídos hoje, a mudança tem validade
a partir de 2013.
Conforme o
presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi
Olenike, cada empresa terá que verificar o seu faturamento e fazer os cálculos
para ver se é vantagem pagar a tributação de 20% do INSS ou recolher sobre o
faturamento. Ele também acredita que o governo federal vai acabar não perdendo
receita com a mudança anunciada.
''Lutamos
para que haja a reforma tributária e não aconteça tanta tributação no consumo.
Agora, com a tributação sobre o faturamento das empresas, isso vai acabar sendo
repassado para o preço do produto final que chega ao consumidor'', alertou.
Segundo ele, desta forma, o governo está tributando antes mesmo de o empresário
ter lucro sobre a sua produção.
O diretor
executivo da cooperativa Frimesa, Elias José Zydek, disse que para a
cooperativa a nova medida não vai mudar nada. ''É apenas uma substituição da
base tributária'', afirmou. Comentou ainda que, conforme aumentar o faturamento
da cooperativa, maior será a arrecadação destinada ao governo. A Frimesa tem
cerca de 170 itens entre industrializados, embutidos, linguiças e defumados com
carnes de suínos que representam 70% do faturamento.
A cooperativa
conta com um total de 4,7 mil funcionários em Medianeira, Marechal Cândido
Rondon e Matelândia e abate 5,2 mil suínos por dia. Ele calculou que, no
momento, a tributação sobre o faturamento não vai alterar o valor a ser
recolhido para o governo. Mas, se o faturamento aumentar, a cooperativa pagaria
mais impostos. Neste ano, o faturamento bruto previsto é de R$ 1,250 bilhões.
De acordo
com o presidente do Sindilouça-PR, José Canisso, a desoneração da folha de
pagamento é um pleito do setor de mais de 30 anos, mas não da forma como o
governo está fazendo. Ele contou que o segmento ainda não fez os cálculos, mas
acredita que, com a tributação sobre o faturamento, as indústrias vão pagar um
volume maior de impostos. Hoje, o setor reúne 36 empresas em Campo Largo, na
Região Metropolitana de Curitiba, e emprega 14 mil funcionários.
Fonte: Folha
Web
As matérias
aqui apresentadas são retiradas da fonte acima citada, cabendo à ela o crédito
pela mesma.
Fonte CNT-Contadores
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