Governo federal volta a
ampliar benefícios fiscais
Por Edna
Simão | De Brasília
O governo federal ampliou mais uma vez os benefícios fiscais
concedidos para vários setores econômicos com o objetivo de estimular o
crescimento e reduzir as pressões inflacionárias no próximo ano. Com a Medida
Provisória nº 582, foi reduzida a tributação incidente sobre a renda do
caminhoneiro autônomo, prorrogada a desoneração de massas alimentícias e criado
regime especial de suspensão temporária de pagamento de impostos. O impacto
fiscal será de, pelo menos, R$ 3,542 bilhões no acumulado entre 2013 e 2014,
sendo que R$ 2,011 bilhões apenas no próximo ano.
Editada na sexta-feira, a MP 582 confirmou a desoneração da
folha de pagamento para mais 15 setores. Essa medida já havia sido anunciada
pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em 2013, 40 setores deixarão de pagar
20% de contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento para contribuir
com uma alíquota de 1% ou 2% sobre o faturamento. O custo será de R$ 12,830
bilhões em 2013. Considerando os novos benefícios da MP 582, esse valor sobe
para R$ 14,830 bilhões. O montante se aproxima dos R$ 15,2 bilhões que foram
reservados no orçamento de 2013 para essa finalidade. Mas, segundo Mantega,
esse valor é uma referência e pode ser elevado.
No caso do caminhoneiro
autônomo, o governo reduziu de 40% para 10% da receita bruta a incidência do Imposto de Renda
(IR). "A tendência é que tenha barateamento de seu custo, refletindo
indiretamente no [preço do] próprio frete", explicou o subsecretário de
Tributação da Receita Federal, Sandro Serpa. Além disso, foi prorrogada por
mais um ano - ou seja, até dezembro de 2013 -, a desoneração de PIS/Cofins para
massas alimentícias. A renúncia fiscal será de R$ 629 milhões em 2013.
A MP 582 criou também o Regime
Especial de Incentivo ao Desenvolvimento da Infraestrutura da Indústria de
Fertilizantes (Reif), que começa a funcionar em 2013 e representará uma
renúncia de arrecadação de R$ 363,06 milhões em dois anos. "Estamos
desonerando e tornando mais barato o investimento", afirmou Serpa,
acrescentando que espera o repasse do benefício para os preços. O governo
ampliou o Regime Especial Tributário para a Indústria de Defesa (Retid). Quando o produto for vendido para a União,
a indústria será desonerada de PIS/Pasep, Cofins e de IPI.
A Receita Federal explicou também, na sexta-feira, a
instrução normativa que alterou o Regime Aduaneiro Especial de Entreposto
Industrial sob Controle Informatizado (Recof). O objetivo é estimular as
exportações por meio da suspensão temporária de impostos e agilizar o despacho
de insumos e partes destinadas a processos industriais. O valor mínimo de
exportação anual para que a empresa ingresse no regime foi reduzido de algo
entre US$ 10 milhões e US$ 20 milhões para US$ 10 milhões. Antes, o piso
variava conforme o setor. Agora, além de não existir essa diferenciação, o
regime foi estendido para todos os segmentos econômicos. "Isso abre a
possibilidade de maior adesão", afirmou o subsecretário de Aduana e
Relações Internacionais da Receita, Ernani Checcucci.
Atualmente, o Recof beneficia 23 empresas. Segundo o
subsecretário, 185 companhias poderão ingressar no regime. Dentre elas, 12
pertencem à linha azul, programa aduaneiro em que a empresa se compromete em
manter auditorias internas. (Colaboraram Thiago Resende e Eduardo Campos)
Fonte: Valor
Econômico - Fenacon
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