6 problemas entre sócios
que podem atrapalhar um negócio
De acordo com especialistas, falta de
afinidade e falhas na comunicação são as principais dificuldades.
São Paulo –
A falta de empenho de um sócio ou a falta de comunicação entre sócios são
problemas comuns quando uma pequena ou média empresa tem mais de um dono. Paulo
Melchor, consultor jurídico do Sebrae-SP, diz que a maioria dos empresários
começa uma sociedade entusiasmada, mas a escolha da parceria tem que ser feita
com cuidado. “A convivência é muito grande e é preciso que eles entendam que
passarão por dificuldades”, afirma.
Segundo
Antônio Lage Terassovich, professor da FIA, o principal problema é quando a
escolha do parceiro de negócio acontece por causa de uma amizade ou porque o
outro é membro da família. “Alguns se arrependem porque depois percebem que o
amigo não tem a atitude necessária para tocar o negócio”, conta. Ele recomenda
que um sócio deve ser escolhido pelas competências que o empreendedor não tem.
Na prática,
quando as discussões se tornam constantes, o negócio passa a ficar no segundo
plano. “Algumas sociedades permanecem, mas já não existe paixão nenhuma pelo
empreendimento. É como quando o casamento acaba, mas o casal fica pelos
filhos”, explica Rubens Vinha Junior, professor de gestão de riscos da
pós-graduação da FAAP.
Com a ajuda
de especialistas Exame.com listou os principais problemas entre sócios que
podem acabar com uma empresa.
1. Ausência
de comunicação
Antes de ser
tomada, qualquer decisão tem que ser analisada por todos os envolvidos no
negócio, não é recomendável agir precipitadamente. “Às vezes, por confiar e
achar que conhece bastante o outro, um sócio decide primeiro e deixa para falar
depois”, explica Junior.
Neste caso,
para evitar conflitos o diálogo constante é essencial. “Se você não escuta o
seu sócio, a relação passa por questões de controle de poder. Tem que ter
respeito e amizade”, afirma Terassovich.
2. Visão de
negócios diferente
Para que uma
sociedade seja bem resolvida é preciso que exista um alinhamento desde o
começo. Segundo Terassovich, quando os empreendedores começam um negócio com
visões diferentes como em relação a divisão de lucro, dos critérios que
envolvem a empresa, até uma amizade pode chegar ao fim. “É fundamental que os
sócios tenham a mesma visão: queremos lucro ou longevidade?”, diz.
E, quando há
uma disparidade econômica entre os sócios, decisões que envolvem investimento
financeiro, por exemplo, também podem resultar em discussões. “Quando uma
quantia para uma parte é um mero investimento e para a outra é metade de seu
patrimônio pessoal, isso pode acabar desmontando uma sociedade”, explica
Junior.
3. Excesso
de desconfiança
Para que o
desgaste por conta do negócio seja evitado, é preciso persistência e confiança.
Dificuldades financeiras acontecem, pois o retorno do negócio, em determinadas
situações não chega no tempo planejado. “Um ficará cuidando da parte financeira
mais que o outro, e é preciso ficar confortável com isso”, explica Junior.
Ao se
deparar com problemas na empresa, reflita antes de acusar o sócio. “Não ataque
a pessoa e sim o problema”, diz Terassovich.
4. Falta de
engajamento
Se um sócio
está na zona de conforto e não se esforça para que a empresa cresça, o outro
pode se sentir sobrecarregado e desmotivado. “Se não tem empenho dos sócios, a
empresa perde espaço no mercado e acaba entrando na rotina”, diz Junior.
5. Cobrança
excessiva
A dedicação
ao negócio tem que ser igual. Quando uma parte sente que está dedicando mais
que a outra, a cobrança não é uma solução. “Como os sócios são os donos do
negócio e não há chefe para resolver a questão, às vezes é preciso do auxilio
de uma terceira pessoa”, recomenda Terassovich.
Para ele, é
preciso encarar o seu parceiro de negócio como um patrão e ao mesmo tempo como
funcionário. É recomendável que a cobrança seja equilibrada, para que um não
fique rotulado como “mandão” resultando em uma situação de conflito na empresa.
6. Não preparar
um contrato
Um bom
contrato prevê o que acontecerá com as partes caso a sociedade seja desfeita.
Além de evitar discussões de quem adquiriu os equipamentos e quais bens ficarão
com quem, por exemplo, o documento é uma proteção para as partes envolvidas e
para a empresa. De acordo com Junior, essa atitude pode evitar uma briga
judicial posterior.
Fonte: Por
Camila Lam – Exame.com
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