Receita e MDIC lançam
sistema para analisar exportação de serviços
O objetivo
do fisco é saber mais sobre o setor de serviços
Após quase
uma década de estudos, a Receita Federal e o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC) anunciaram, na última sexta-feira, o
início do funcionamento do sistema que vai gerenciar informações sobre o
comércio de serviços com o exterior. A partir de 1º de agosto, pessoas físicas e
jurídicas que realizarem compra ou venda internacional de serviços de
construção civil, postagem de documentos ou pacotes, manutenção, instalação e
reparo deverão prestar informações ao governo, sob pena de multa, de R$ 5 mil
ou de 5% da operação.
Segundo Caio
Marcos Cândido, subsecretário de Fiscalização da Receita, o objetivo do fisco é
saber mais sobre o setor de serviços, que movimentou R$ 105 bilhões no ano
passado e deixou um rombo de R$ 35 bilhões nas contas externas do País. Para se
ter ideia do que isso representa, o comércio de bens do Brasil gerou um
superávit de R$ 29,8 bilhões no ano passado.
De posse dos
dados, a Receita pretende verificar a quantas anda o pagamento de impostos
neste tipo de operação e, eventualmente, cobrar PIS, Cofins, Imposto de Renda,
IOF e Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico (Cide-Remessas).
"A informação que a Receita usa é sempre para reduzir sonegação",
acrescentou.
Os dados
prestados por empresas e pessoas físicas vão fazer parte do novo Sistema
Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que
Produzam Variações no Patrimônio (Siscoserv). O governo espera que o
detalhamento auxilie na elaboração de políticas públicas, como desoneração
fiscal ou financiamento a juros mais baixos, para desenvolver no Brasil setores
responsáveis por déficit comercial. Não precisam prestar informações os
microempreendedores individuais, as empresas optantes pelo Simples Nacional e
pessoas físicas que comprem ou vendam serviços cujo valor seja menor que R$ 20
mil mensais.
Além de
aperfeiçoar o desenho de políticas públicas, o sistema também servirá para um
dos projetos mais importantes na avaliação da presidente Dilma Rousseff: a
exploração do pré-sal. Como boa parte das petroleiras aluga equipamentos e
compra serviços de geologia no exterior, o sistema fará um retrato mais preciso
dos setores que precisam de ajuda do governo para se desenvolver no País.
Paulatinamente,
a exigência das informações será feita a todos os prestadores ou compradores de
serviços do exterior. A participação será plena em outubro do ano que vem. Até
lá, operações de leasing (arrendamento mercantil), factoring (fomento
mercantil), aluguel de equipamentos, turismo e toda a lista da Nomenclatura
Brasileira de Serviços (NBS) estará no ar.
Fonte: DCI
As matérias
aqui apresentadas são retiradas da fonte acima citada, cabendo à ela o crédito
pela mesma.
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