OPINIÃO: Não
adianta o governo desonerar a Folha de Pagamento de todas as empresas. Teria
que fazer antes um estudo de viabilidade.
Há
empresas com poucos empregados que faturam bastante. Essas serão as
prejudicadas.
Deveria ser
optativo, já que a intenção é acelerar a economia.
Jorge---
Governo quer desonerar
folha de todos os setores
Mudança
entraria em vigor no próximo ano, para baratear o custo da mão de obra e
garantir crescimento.
27 de julho
de 2012 | 22h 30
Adriana
Fernandes, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O governo estuda
a viabilidade de fazer uma desoneração ampla da folha de pagamentos para toda a
economia. A estratégia implicaria a implantação de um novo modelo
tributário, segundo apurou o ‘Estado’, diferente do que começou a ser adotado
este ano e que beneficia apenas alguns setores da indústria.
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A mudança
entraria em vigor em 2013 e teria papel fundamental na estratégia do governo de
baratear o custo da mão de obra e garantir o crescimento da renda e do emprego.
O pedido de estudo partiu da própria presidente Dilma Rousseff, que está
convencida de que é preciso acelerar a desoneração tributária, diante do
esgotamento cada vez mais evidente dos efeitos das medidas pontuais e
emergenciais de estímulo ao crescimento.
Por causa do
forte impacto fiscal nas contas públicas com uma desoneração desse porte, ainda
não há decisão do governo. Uma mudança de política nessa direção poderá
implicar a redução da meta de superávit primário do setor público - a economia
feita para o pagamento de juros da dívida -, estratégia que a equipe econômica
não quer admitir agora para não prejudicar a política de juros. Mas, segundo
informaram diferentes fontes do governo, a decisão da presidente sobre a
desoneração será "rápida".
Congresso
O problema
maior para o governo é que a Câmara dos Deputados incluiu na Medida Provisória
(MP) 563, que amplia a abrangência do Plano Brasil Maior de incentivo à indústria,
uma lista bem maior de empresas beneficiadas pela desoneração da folha,
alcançando também o setor de serviços. Além dos 15 segmentos previstos
originalmente na MP (para quatro deles o benefício já está em vigor), os
parlamentares incluíram as empresas de transporte rodoviário, aéreo (carga e
passageiros) e navegação, brinquedos e manutenção de aeronaves, motores,
componentes e equipamentos.
Cálculos
indicam que o impacto fiscal dessa ampliação é muito grande, o que exigirá da
presidente em breve - com a aprovação da MP também pelo Senado - uma definição
sobre vetos. Retirar o recolhimento que as empresas do setor de transporte
rodoviários fazem para o INSS é o que mais pesa nessa ampliação da lista. O
veto a algum setor específico seria muito desgastante para o governo. Além
disso, outros setores têm buscado a equipe econômica para obter o benefício.
O que se
discute agora no governo é se vale a pena prosseguir com essa estratégia de
desoneração pontual por setor ou começar a fazer uma política mais geral, incluindo não só
toda a indústria, como o setor de serviços. A avaliação de algumas
fontes oficiais é a de que prosseguir no modelo atual pode não ser a melhor
estratégia para a aumentar a competitividade no País.
Flexibilização
Quanto mais
geral a desoneração, dizem as fontes, não só maior será o impacto fiscal, como
também proporcionalmente o benefício a cada setor ficará menor. Há também no
governo defensores da ampliação da desoneração via redução da Cofins e do PIS. Nesse caso, na reforma do modelo tributário desses
dois tributos, em elaboração, a Receita Federal calibraria a alíquota para
baixo.
"O
Congresso abriu a porteira ao incluir o setor de transporte na desoneração. Não
há mais como segurar esse processo", diz uma fonte. Mesmo que o governo
opte em manter o modelo atual de desoneração da folha, a ampliação da lista
pelo Congresso não é viável no Orçamento sem que haja uma flexibilização da
política fiscal em 2013. Essa mudança poderá ocorrer com a redução da meta de
superávit ou simplesmente com o abatimento dos investimentos.
Fonte: O
Estado de S. Paulo e Fenacon
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