Estados terão compensação para cortar
ICMS da energia
25/07/2012
A presidente Dilma Rousseff pretende convencer os
governadores a aderir à redução da tributação doICMS sobre
energia elétrica - tal como o governo federal fará com o PIS/Cofins - mediante
proposta que atenderia a uma antiga reivindicação dos Estados: diminuição do
pagamento dos serviços das dívidas estaduais que foram renegociadas no fim dos
anos 90 com a União. Além disso, haveria a troca do indexador aplicado nesses
débitos.
Ao assinar os contratos de refinanciamento, os
Estados concordaram com o limite de pagamento do
serviço da dívida, que varia de 11,5% a 15% ao ano, conforme o caso. Há anos,
os governadores pedem que esse comprometimento caia para a casa dos 9%.
Reivindicam também a mudança do indexador da dívida do IGP-DI para o IPCA,
desde que este, mais uma taxa fixa, não seja superior à Selic.
A presidente está disposta a negociar essas
alterações - que independem de mudança legal - para que os governadores ajudem o governo
federal a diminuir o custo da energia para grandes consumidores em cerca de
20%.
A redução da carga tributária incidente sobre a
conta de energia é uma das principais medidas que o governo vai anunciar em
agosto, provavelmente no dia 7, quando Dilma terá a terceira reunião deste ano
com um grupo de empresários. A cobrança de impostos federais
e estaduais e de uma série de encargos é responsável por cerca de 45% da fatura
de energia, e essa foi uma das principais reivindicações do setor privado no primeiro
encontro com a presidente, em março.
De lá para cá, a presidente começou a trabalhar em
novas medidas para melhorar a competitividade da indústria e incentivar os
investimentos, além de desvalorização cambial e queda de juros.
A alíquota do PIS/Cofins sobre a energia
é de 8,5% e terá uma substancial redução. O
que mais onera a conta de luz, porém, é a cobrança do ICMS. Dependendo do
Estado, esse imposto supera 30%. Razão pela qual o governo quer o envolvimento
dos governadores. Os encargos atuais, da Conta de Consumo de Combustível (CCC)
à Luz para Todos, serão todos transferidos para o Tesouro Nacional.
Associado à essa iniciativa, o governo também
espera obter uma redução tarifária importante - da ordem de 10% - por ocasião
da prorrogação das concessões federais do setor elétrico por mais 20 a 25 anos.
Fonte: Valor Econômico
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