DESONERAÇÃO DA FOLHA DE
PAGAMENTO – PODERIA SER OPTATIVO- (Minha Opinião)
Matéria do DCI
Plano Brasil Maior deve
elevar impostos para alguns setores
A
desoneração total anual estimada é de R$ 7,2 bilhões para o governo federal.
Fernanda
Bompan
A
desoneração da folha de pagamento em alguns setores, como parte do Plano Brasil
Maior, está onerando empresas, principalmente de tecnologia da informação (TI).
De acordo com especialistas
entrevistados pelo DCI, existem casos em que o aumento de impostos chega ser de
50%, isto porque, como forma de compensação, o governo passou a cobrar
tributos sobre o faturamento. Com este cenário, será possível que comecem a
surgir questionamentos na Justiça.
Todos os
entrevistados afirmaram que essa mudança está impactando seus clientes. O
advogado Maucir Fregonesi Junior, especialista em Direito Tributário do
escritório Siqueira Castro - Advogados, afirma que muitos dos seus clientes -
cerca de 20 empresas - que têm que pagar imposto sobre o faturamento fizeram
questionamentos se haveria como reduzir esse prejuízo. "Por enquanto, não
há razão para entrar na Justiça, mas se o governo não der compensações, é
possível que ações sejam feitas", diz. "No entanto, não sei se
juridicamente há argumentos para justificar [a necessidade de ressarcimento]. O
único argumento seria de que a elevação da carga contradiz as metas da Medida
Provisória [563], que é reduzir os custos que impedem o aumento da
produtividade", afirma.
Evelyn
Moura, consultora tributária da Confirp Consultoria Contábil explica que o
prejuízo acontece em casos em que o faturamento é alto, mas existem poucos
funcionários atuando. "Se uma
empresa tinha uma receita bruta alta, mas uma folha de pagamento baixa, o que normalmente é
o caso das empresas de TI, o pagamento de imposto pode dobrar. Mas depende
muito de cada caso", avalia. "Com relação a setores como a indústria
- que tem faturamento e folha com valores parecidos -, o valor a ser pago pode
reduzir pela metade", acrescenta a especialista.
O Plano
prevê que a substituição da Contribuição Patronal Previdenciária (CPP) de 20%
pela contribuição de 1,5% ou 2,5% sobre a receita bruta auferida por
determinados grupos de empresas. Nos segmentos beneficiados estão incluídas as
indústrias de confecções, couro e calçados, TI e Call Center. A desoneração
total anual estimada é de R$ 7,2 bilhões para o governo federal.
Como exemplo
desse aumento de carga tributária, Fabio Rodrigues, diretor da Systax
Inteligência Fiscal, comenta que há um caso de uma empresária que não
contribuía para a Previdência porque trabalhava sozinha. Agora, com a
substituição, com um faturamento que essa pessoa tem de R$ 100 mil por mês, R$
250 são retirados conforme a lei (alíquota de 2,5%). "Ou seja, ela terá um
prejuízo de R$ 3 mil no final do ano. O que poderia ser o seu lucro, ou um meio
de contratar mais funcionário, ou fazer investimentos", avalia ele, ao
lembrar que casos como esse são muito frequentes em TI.
Evelyn
comenta ainda que existem muitas empresas que também não contribuíam para a
previdência porque terceirizam sua produção, ou seja, contratavam pessoas
jurídicas. "O problema é que é algo obrigatório. Não existe como optar por outra forma de
tributação", ressalta.
"Porém,
a vantagem dessa medida é que os empresários podem observar que compensa,
agora, contratar uma pessoa com carteira assinada, o que possibilitaria o
crescimento dos empregos formais", aponta a consultora. Elevar a geração
de empregos é uma das metas do Plano Brasil Maior.
Assim como
ela, Fabio Rodrigues também enxerga a medida como benéfica à economia
brasileira por reduzir o custo tributário de muitas empresas, e sugere que a
mudança deveria ser estendida para todos os setores, solicitação essa já pedida
publicamente por diversas associações.
Ampliação
A medida provisória número 563 de 2012, que desonera a folha
de pagamento em alguns setores, foi aprovada neste mês pela Câmara dos
Deputados. Como a medida só passou a valer em junho, a desoneração em 2012 pode
chegar a R$ 3,1 bilhões.
Contudo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que
o governo está aberto para receber propostas de outros setores, de modo a
ampliar a medida. E comentou que já estava recebendo e avaliando algumas
sugestões. "Nós vamos ampliar a desoneração a condições cada vez melhores",
disse Mantega, em evento recentemente realizado em São Paulo.
Conforme anunciado pelo governo federal no começo deste ano,
os segmentos de confecções, calçados, móveis e software foram os primeiros a
terem a desoneração da folha por serem setores intensivos em mão de obra e
estarem sofrendo com a concorrência de importações consideradas desleais.
Fonte: DCI
As matérias aqui apresentadas são retiradas da fonte acima
citada, cabendo à ela o crédito pela mesma.
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