terça-feira, 23 de outubro de 2012


“Barreiras tributária e fiscal atrapalham”
Quais são os próximos passos do e-commerce no Brasil?

A tendência mundial do varejo é de empresas multicanais trazendo para dentro da loja física a loja virtual, como forma de aumentar a experiência do consumidor. Muitas lojas tem colocado totens dentro das lojas físicas, para o consumidor comprar produtos não disponíveis no estoque daquela unidade. É uma forma de alavancar os dois canais. Ao mesmo tempo em que o físico gera venda para a loja virtual, o consumidor não deixa a loja de mãos vazias. As lojas passam a oferecer estoques virtuais através desses totens, oferecendo um mix de produto maior, e pagam menos aluguel. Esse movimento está muito forte nos Estados Unidos e na Inglaterra, que são dois países mais evoluídos nessa questão. No Brasil, as livrarias Saraiva e Cultura, a Marisa, e a Fast Shop, são algumas empresas que adotam esse modelo.

Por que ainda é tão difícil para o cliente trocar seu produto comprado pela internet na loja física da mesma companhia?

Em alguns casos, a empresa tem franqueados, com CNPJs diferentes, e quando o cliente vai trocar o produto com o CNPJ de uma loja diferente, existe uma barreira fiscal. Outro problema é o de tributação. Se o consumidor no Rio de Janeiro compra o produto de uma loja virtual ex-pedido de São Paulo,e se for fazer a troca na loja física do Rio, há uma diferença tributária. Existem essas duas barreiras, fiscal e tributária, que os lojistas ainda não conseguiram passar, e que vêm causando problemas aos consumidores.

Qual é o tíquete médio do setor?

O tiquete médio do e-commerce no país é de R$ 344, bem acima do das lojas físicas, que é em torno de R$ 50. Isso ocorre porque nas lojas físicas são feitas compras menores, de valor mais baixo, pagas com dinheiro. Dificilmente alguém compra algo pela internet de valor baixo, já que o frete vai custar quase o mesmo preço do produto.

Quais são os produtos mais vendidos pela internet?

Os consumidores têm mais facilidade de comprar produtos do tipo commodities, ou seja, são os mesmos produtos em qualquer loja que você vai, como computador, geladeira. As categorias mais vendidas são eletrodomésticos, saúde e beleza, moda e acessórios, livros e revistas e informática. A categoria moda saltou da 16ª para a 3ª posição em três anos.

Qual a taxa de conversão do e-commerce no país (daqueles que visitam o site, quantos realizam uma compra)?

A taxa varia entre 0,5% a 1,5%. Nos Estados Unidos, essa taxa sobe para algo entre 3% a 5%. As lojas virtuais americanas estão investindo muito nas questões de usabilidade e de “behavior target”, que é uma tecnologia para oferecer o produto de acordo com o perfil da pessoa que está visitando o site.

Qual o faturamento previsto para o comércio eletrônico brasileiro em 2012?

A gente espera fechar o ano na casa dos R$ 25 bilhões. Acreditamos em um crescimento na fai-xa de 25% no ano que vem, o que deve levar o faturamento para R$ 31 bilhões. Desde a crise de 2008, o e-commerce crescia na casa dos 30%, e mesmo agora, em plena crise europeia, o e-commerce deve crescer 25%. O percentual de crescimento é menor do que há alguns anos atrás porque uma coisa é crescer 30% em cima de R$ 10 bilhões, e outra coisa é crescer 25% em cima de R$ 25 bilhões. Conforme aumenta o volume financeiro, os percentuais consequentemente vão se reduzindo.
Fonte: Brasil Econômico
Associação Paulista de Estudos Tributários, 23/10/2012  12:36:48  

Nenhum comentário:

Postar um comentário