Substituição tributária é
novo alvo de mudança para micro
Representantes
da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa correm contra o tempo
para que as mudanças necessárias a essa categoria entrem em vigor no ano que
vem. Segundo o presidente da Federação Nacional das Empresas Contábeis
(Fenacon), Valdir Pietrobon, nos próximos dois meses, espera-se conclusão das
propostas.
Uma das
sugestões discutidas, cuja minuta já está pronta, é a mudança na substituição
tributária para micro e pequenas empresas (MPEs). "Já negociamos a questão
com o Confaz [Conselho Nacional de Política Fazendária, onde são feitas as
discussões que envolvem todos os estados] e eles já aceitaram a necessidade da
mudança. Isto porque uma pequena empresa quando tem que pagar o ICMS para a
cadeia inteira chega a ter que aumentar, em média, 22% o preço final, o que
significa perda de competitividade", entende Pietrobon.
Conforme
apontou o presidente da Fenacon, a substituição tributária é quando uma empresa
tem que antecipar o ICMS da cadeia produtiva, como forma do governo controlar a
arrecadação do imposto. Segundo especialistas, como Pitrobon, quando essa
empresa é uma MPE, além de perder grande parte de seu capital de giro, por
estar no Simples Nacional, não tem direito a receber o crédito por essa
operação, como acontece com outros regimes de tributação no País. E uma das
propostas é justamente essa, de liberar o crédito para quem está no Simples
Nacional.
Além dessa
questão, outra sugestão que está quase pronta é com relação à ampliação das
atividades que podem aderir ao Simples. De acordo com o presidente do Sebrae
Nacional, Luiz Barreto, a partir de novembro - isto é, após o fim das eleições,
que também paralisou os encontros da Frente Parlamentar Mista-, a entidade deve
voltar a negociar essa ampliação, com foco nas atividades do setor de serviços.
O presidente da Fenacon confirmou que a Frente está trabalhando com setores
prioritários, como de corretores de seguros e fisioterapeutas. "Cerca de
85% das clínicas de fisioterapia existentes estão na informalidade. Ao poder
optar pelo Simples, isso tende a mudar", diz. "Mas queremos que todas
as atividades possam ter essa opção também já no ano que vem. Basta ter um
faturamento de até 3,6 milhões [limite do regime simplificado] para entrar no
Simples", acrescenta o especialista.
Questionado
se essa proposta não iria enfrentar dificuldades para passar já que
representaria no curto prazo perda de arrecadação para os governos federal
municipal e estadual, Pietrobon explicou que em 2007, a expectativa era que o
governo federal perderia R$ 5 bilhões com o surgimento do Simples. Contudo,
"um ano depois, verificou-se um superávit de R$ 7 bilhões" com esse
regime tributário. "Portanto, basta vontade política para mudar",
critica.
"As
MPEs são importantes para a economia e para a geração de emprego e renda, e o
Simples ajuda nisso [por reduzir os custos tributários], além de reduzir a
informalidade no País", elogia Pietrobon.
Um exemplo
da importância desse regime, segundo ele, é que dados da Receita Federal
mostram que 6,916 milhões já aderiram ao Simples até o último dia 22, sendo que
os estados que possuem o maior número desses integrantes estão São Paulo (1,949
milhão até segunda-feira passada) e Rio de Janeiro (604 mil) e Rio Grande do
Sul (537 mil).
Lei geral
Ontem, foram
firmados compromissos que inclui o apoio dos tribunais de contas de todo o País
à prática da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (lei complementar 123 de
2006), que vai incentivar a aplicação de seus dispositivos especialmente nos
municípios, aproveitando a entrada dos novos prefeitos, em janeiro.
Uma das
prioridades é efetivar mecanismos como o capítulo V, que possibilita maior
participação dos pequenos negócios nas compras governamentais - como
exclusividade para o segmento nas aquisições de até R$ 80 mil e a subcontratação
das pequenas pelas grandes fornecedoras dos órgãos públicos.
Integrantes
de mais de 30 tribunais de contas estaduais e municipais assinaram um manifesto
para atuar em parceria com o Sebrae, a Associação dos Membros dos Tribunais de
Contas (Atricon) e o Instituto Rui Barbosa (IRB), para incentivar a prática da
Lei Geral nos municípios - atualmente a legislação está em vigor em cerca de
600 das mais de 5,5 mil cidades brasileiras.
Foi também
decidido que, no dia 13 de março de 2013, seja lançada uma mobilização nacional
para que os órgãos de fiscalização e controle atuem com orientações e
capacitações dos gestores e agentes públicos, além de fiscalizarem a aplicação
da lei geral por meio das suas escolas de contas.
"Ao
Sebrae, por exemplo, caberá subsidiar os gestores públicos com conteúdos,
publicações, orientações a respeito da lei", explicou o gerente de
Políticas Públicas da instituição, Bruno Quick. "Os tribunais vão orientar
inicialmente os gestores públicos sobre o cumprimento da legislação", afirmou
ao DCI.
Fonte:
Diário do Comércio e Indústria
Fonte
AESC-Jau
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